
No Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, celebrado nesta sexta-feira (25), a Folha estreia o Guia de Beleza Negra, série com reportagens e newsletter sobre cuidados com a pele e os cabelos crespos e cacheados. O material analisa como a mulher negra passou a receber mais atenção da indústria de beleza nos últimos anos.
A partir de agosto, os inscritos na newsletter recebem, por email, um guia em quatro edições semanais, com dicas sobre cabelos, maquiagem e cuidados com a pele.
Beleza e estética marcam de modo específico a experiência negra ao longo de séculos. Rituais de cuidado com os cabelos atravessam gerações e se materializam na trança, nos banhos de creme aos finais de semana e nas receitas à base de produtos naturais.
Os cuidados com a aparência também foram usados como estratégia de superação do racismo. No livro “História Social da Beleza Negra”, a pesquisadora Giovana Xavier relata que mulheres negras usavam clareadores de pele para conseguir emprego no período pós-escravidão nos Estados Unidos.
As reportagens da série mostram mudanças na indústria de cosméticos no Brasil e no mundo e trazem discussões sobre diversidade na beleza. A expansão da cartela de cores de base, corretivo e pó e a criação de produtos específicos para cabelos crespos e cacheados são exemplos dessas mudanças.
Influenciadoras e especialistas encontram espaço nas redes sociais para dividir conhecimento, compartilhar dicas e alertar para as necessidades específicas de pessoas negras.
De acordo com representantes do setor, os hábitos de consumo desse público e os relatos nas redes ajudam a direcionar o mercado.
“Essa mudança é uma resposta direta a uma demanda que surgiu quando as pessoas descobriam que podiam fazer muito mais com seus cabelos, seu estilo e como se apresentam em suas próprias vidas”, afirma Wagner Azambuja, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Unilever.
“Com características populacionais como a pele rica em melanina, os cabelos ondulados, crespos e cacheados, o Brasil antecipa tendências mundiais”, diz Eduardo Brito Paiva, diretor de diversidade, equidade e inclusão do Grupo L’Oréal no Brasil. Para ele, essa guinada em direção à diversidade na empresa não se trata apenas de um imperativo ético, mas de negócios e performance.
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