Nicolás Maduro nasceu em Caracas, em novembro de 1962. Ele é conhecido por ter sido um ex-motorista de ônibus da frota ligada ao Metrô de Caracas e um ex-líder sindical
Sua carreira política começou no subúrbio operário “El Valle”. Ele se tornou um ativista pela libertação de Hugo Chávez após a tentativa de golpe de Estado de 1992, quando se conheceram
Na política formal, Maduro foi deputado constituinte (1999-2000) e da Assembleia Nacional até 2006. Ele ascendeu, chegando ao posto de presidente da Assembleia em 2005
Em 2006, virou ministro das Relações Exteriores. Nessa função, ele foi um embaixador das ideias chavistas e defendeu críticas radicais ao cenário internacional, herdando a retórica inflamada
No fim de 2012, Chávez o nomeou vice-presidente e o ungiu como seu sucessor. Chávez instruiu explicitamente os venezuelanos a votarem em Maduro, caso ele não pudesse mais liderar
Maduro demonstrou dedicação a Chávez até as últimas semanas de vida do líder, em Cuba, e prometeu lealdade “para além da vida”. Ele jurou manter e consolidar a independência e o socialismo
Após a morte de Chávez em março de 2013, Maduro venceu a eleição presidencial acirrada com 50,7% dos votos, conseguindo dar vitória ao chavismo na ausência do líder
O vice-presidente herdou o desafio de manter as diferentes alas do chavismo unidas. Ele não possuía o carisma de Chávez, que arrastava multidões e gerava paixões
Maduro precisou compensar essa falta de carisma com uma habilidade política que ele não havia expressado antes de chegar ao topo do regime
Para se manter no poder em meio a múltiplas crises, o ditador fez alianças estratégicas dentro do regime. Ele construiu uma base própria, notavelmente com os irmãos Jorge e Delcy Rodríguez
Outra medida crucial para a manutenção do poder foi afinar a relação com as Forças Armadas. Maduro estabeleceu uma relação mais de aliança, concedendo maior autonomia aos militares
Esse arranjo demonstra o pragmatismo de Maduro, que, segundo Colette Capriles, professora de filosofia política, não é um homem dogmático. Sua importância reside em sua capacidade de negociação
Com essas táticas, Maduro, que é chamado de ditador, conseguiu sobreviver a desafios, incluindo centenas de sanções e a figura de um presidente autoproclamado pelo antichavismo
Ele se manteve no comando do país apesar de uma hiperinflação que atingiu impressionantes 130.060% em 2018. A repressão do regime, como nos protestos de 2017 que deixaram mortos, ajudou na manutenção do poder
Para substituir a aura mítica de Chávez, Maduro buscou projetar a ideia de um homem comum. Ele usou vídeos de dança nas redes sociais e podcasts para buscar o eleitor jovem
Maduro é visto como uma síntese do projeto chavista. Em julho de 2024, ele foi anunciado triunfante pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), garantindo um terceiro mandato presidencial sob contestação da oposição
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