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Itaú Cultural inaugura espaço com obras de Tarsila – 21/10/2025 – Passeios

O Itaú Cultural inaugura um andar expositivo nesta quarta-feira (22), com grandes nomes das artes plásticas do Brasil. Batizado de Espaço Milú Villela, ele homenageia Maria de Lourdes Egydio Villela, que presidiu e expandiu o local de 2001 a 2019, e o Museu de Arte Moderna de São Paulo entre 1995 e 2019.

A mostra de estreia, “Brasil das Múltiplas Faces”, organiza 185 obras de 154 artistas, pertencentes ao Acervo Itaú Unibanco —entre pinturas, esculturas, fotografias e vídeos —em dez núcleos, mesclando artistas consagrados e vozes antes marginalizadas.

O percurso do espaço lembra um rio cujas curvas abrigam os trabalhos, criando uma narrativa sensorial e intelectual que acompanha o visitante do início ao fim. Para demarcar as curvas, as paredes são pintadas num degradê de azul.

A seguir, veja 11 obras e seus autores para conhecer no novo ambiente do Itaú Cultural.

Astronauta, 1969

Claudio Tozzi (São Paulo, 1944) é uma referência da arte moderna brasileira. Sua obra transita da pop art engajada, que critica política e sociedade, à abstração geométrica, explorando cores, formas e textura. Combina crítica social e investigação formal, mantendo o olhar atento ao contemporâneo. Seus trabalhos dialogam com o urbano e o cotidiano, traduzindo em pintura os dilemas e tensões de cada época. Exemplo deles é o quadro da série “Astronauta” (1969) e “Cae” (1968), que retrata Caetano Veloso ainda jovem.


Carnaval, sem data

Heitor dos Prazeres (Rio de Janeiro, 1898–1966) foi compositor e pintor que marcou a cultura popular brasileira. Atuou na fundação de escolas de samba como Portela e Mangueira, compondo cerca de 300 sambas e outros ritmos. Na pintura, retrata o cotidiano da população negra dos subúrbios cariocas, o carnaval, o candomblé e as rodas de samba. Suas obras traduzem ritmo e cor, conectando música e imagem, e consolidam sua importância na história cultural do Brasil. Um dos seus quadros na exposição retrata foliões dançando no carnaval.


O Canto do Sabiá, 2024

Denilson Baniwa (Barcelos, AM, 1984) constrói uma obra que atravessa linguagens e territórios. Combina referências ocidentais e saberes indígenas em performances, pinturas e projeções. Sua produção discute o impacto colonial e o direito dos povos originários ao presente e ao futuro. A pintura escolhida para a exposição mostra um grupo de indígenas de mãos dadas, em cores fortes, como verde, rosa e laranja.


O Recruta, O Aranha, O Penélope, 1992

José Leonilson (Fortaleza, 1957 – São Paulo, 1993) destacou-se como um dos nomes centrais do movimento artístico Geração 80. Pintor, desenhista e escultor, sua obra é profundamente autobiográfica, combinando desenho, pintura, bordados e costuras. Os trabalhos articulam subjetividade, ironia e fragilidade, enquanto suas instalações finais refletem doença, luto e esperança, como no bordado sobre feltro destacado na mostra. Uma pintura de 1990, sem título, também aparece na seleção.


Olho do Guará, 1980

Lygia Pape (Nova Friburgo, 1927 – Rio de Janeiro, 2004) foi gravadora, pintora, escultora, diretora de cinema e professora, referência da arte neoconcreta. Sua obra integra o público como agente, explorando espaço, cores, luz e movimento em instalações. Entre cinema, performances e experimentações sensoriais, ela articulou rigor geométrico e participação ativa, como na instalação da exposição. Além dessa, também aparece uma escultura em aço cromado, de 1961/1998.


Pia de Sacristia, 1991

Adriana Varejão (Rio de Janeiro, 1964) é uma das artistas mais relevantes da arte contemporânea brasileira. Sua obra parte da pintura para explorar questões históricas e simbólicas ligadas à colonização, à mestiçagem e à construção da identidade nacional. Entre azulejos, carne e fissuras, Varejão cria superfícies que revelam camadas materiais e culturais, como na obra exposta, feita com óleo sobre a tela.


Retrato de Luís Martins I

Tarsila do Amaral (Capivari, 1886 – 1973) foi pintora e desenhista, referência do modernismo brasileiro. Influenciada pelo cubismo europeu, desenvolveu estilo próprio, com cores vivas e figuras tipicamente nacionais, como no famoso quadro “Abaporu. Suas obras transitam entre o fantástico e o social, refletindo o Brasil rural, urbano e popular. Além de também pintar retratos, como o de seu marido Luís Martins, exposto no Itaú Cultural.

Rio Tietê, 1935

Candido Portinari (Brodowski, 1903 – Rio de Janeiro, 1962) é referência da pintura modernista brasileira. Sua obra combina técnica rigorosa e engajamento social, retratando o povo, o trabalho e a história do Brasil. De murais monumentais a séries, ele expressa drama, sofrimento e dignidade humana. Influenciado por mestres europeus e pelo modernismo, construiu uma arte nacional de alcance universal, reconhecida em museus e instituições internacionais. Na pintura exposta, há um registro do famoso rio paulistano ainda com peixes. Outro exemplar do seu trabalho mostra trabalhadores rurais –quadro “Café”, de 1957.


Rosa Branca no Centro, 1997

Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro, 1960) cria obras marcadas pelo colorido intenso, arabescos e ornamentos que transformam pintura, gravura e colagem em experiências visuais com dinamismo. Inspirada pelo barroco, art déco e pop, explora a repetição, transparência e sobreposição de formas geométricas e florais, expandindo seu trabalho para esculturas e instalações imersivas. O novo espaço tem duas obras de sua autoria, uma serigrafia sobre papel e outra pintura acrílica, chamada “Cavaleiros Indianos” (1997).


Seja Marginal, Seja Herói, 1986

Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 1937–1980) transformou a arte brasileira ao unir vida e criação. Pintor, escultor e performer, inovou com obras participativas, como “Parangolés”, que envolvem cor, dança e música. Ele colocou o público no centro da experiência, propondo que a arte só se completa na interação e na vivência do mundo. Participou do “Happening das Bandeiras”, em 1968 no Rio de Janeiro com a serigrafia exposta nesta nova mostra. Ela virou um dos símbolos da cultura marginal no Brasil. Tem outras duas obras na seleção do Itaú, “Metaesquema” (1957) e a instalação “Bólide Vidro n° 13 Versão 2” (1964/1965).


Sem título, 1971

Anna Maria Maiolino (Scalea, 1942) constrói uma obra que atravessa meios e fronteiras. Gravura, filme, fotografia, performance e argila servem a uma investigação sobre o corpo, o gesto e a experiência cotidiana. Desde os anos 1960, sua produção articula política e intimidade, explorando a materialidade e o processo do fazer artístico como território de resistência, memória e identidade feminina na arte contemporânea. Para a exposição, é exposta uma gravura em metal.

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