A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, afirmou à coluna que defende que Guilherme Boulos (PSOL-SP), futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência, concorra ao Senado em 2026.
“Serão eleições muito importantes e que os cenários, de uma forma geral, estão muito abertos. [Boulos] pode cumprir o papel de ser candidato ao Senado no ano que vem em São Paulo. Mas esse tipo de definição vai acontecer mais pra frente, não agora”, disse Coradi.
Boulos e Lula combinaram que ele não disputará a reeleição para a Câmara, como adiantou a coluna. O acordo prevê que ele permaneça no cargo até o fim do governo. Se decidir concorrer ao Senado, terá de deixar o ministério seis meses antes das eleições, em outubro.
Segundo ela, o convite de Lula ao deputado foi “individual” e não passou por negociação partidária. “O Boulos nos informou que houve o convite. Nós conversamos já faz um tempo, mas não foi uma negociação exatamente partidária com o presidente”, afirmou.
Coradi reconhece que a saída de Boulos —que teve 1 milhão de votos em 2022, metade do total conquistado pelo PSOL no estado— pode causar dispersão de votos, mas aposta na força de outras lideranças da legenda.
“Claro que faz diferença não tê-lo como candidato, mas acreditamos que a Erika Hilton vai chegar perto dessa marca, porque fez um excelente mandato e teve um crescimento político muito grande”, afirmou.
A dirigente disse ainda contar com Luiza Erundina como uma das puxadoras de votos da sigla, apesar dos rumores de que a deputada possa não disputar a reeleição. Ela também cita a ministra Sonia Guajajara, Sandra Bonfim e a professora Luciene Cavalcante entre os nomes fortes para a Câmara.
Coradi aposta ainda na renovação de quadros, com nomes como o ex-presidente do PSOL Juliano Medeiros, o deputado estadual Guilherme Cortez e Guilherme Simões, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).
Ela admite que pode haver “pulverização” do eleitorado, mas diz acreditar que o impacto será menor do que o esperado. “Embora o Boulos seja uma figura de muitos votos, nós temos o nosso lugar na sociedade, nosso espaço político e novas figuras. O PSOL tem um eleitorado consolidado em São Paulo e deve ter um excelente resultado.”
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