O Centro Cultural Fiesp apresenta a exposição “O que Nos Une” até fevereiro de 2026. Inspirada nas teorias do neurocientista Miguel Nicolelis, apresenta instalações que transformam em arte os conceitos sobre a conexão entre cérebros humanos, comportamento coletivo e consciência compartilhada.
A proposta parte da teoria Brain Net, desenvolvida por Nicolelis, que defende a possibilidade de sincronização das atividades elétricas entre cérebros, formando redes cooperativas capazes de gerar ações e pensamentos em conjunto.
Criada pelo Aya Studio, a mostra combina ciência, tecnologia e arte em três obras interativas. Em “O Cérebro”, espelhos e projeções animadas conduzem o visitante a uma experiência visual e sonora que reproduz a dinâmica neural e os processos criativos da mente.
Já em “O Coletivo” sensores captam o movimento das pessoas no espaço e projetam, em tempo real, imagens que se transformam conforme os corpos se aproximam, revelando criações humanas como resultado da união.
Na instalação “Sincronização”, batimentos cardíacos de três visitantes são convertidos em luz e som. À medida que os ritmos se alinham, uma trilha sonora se forma, simbolizando a harmonia entre mentes conectadas.
O público também poderá ver de perto o exoesqueleto desenvolvido por Nicolelis e sua equipe, usado por um voluntário com paraplegia para dar o chute inicial da Copa do Mundo de 2014.
O equipamento foi criado no projeto internacional Andar de Novo, que demonstrou o potencial das interfaces cérebro-máquina na reabilitação motora.
Vídeos e frases espalhadas pela galeria reforçam a visão do cientista sobre o cérebro como criador do universo e contrapõem sua crítica à inteligência artificial.
A curadoria é assinada pelo próprio Miguel Nicolelis, ao lado de Marina Miranda e Antonio Curti, como curador artístico.