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Madagascar: Comitê militar vai supervisionar instituições – 15/10/2025 – Mundo

Dias após comandar um golpe de Estado que depôs o presidente Andry Rajoelina, o coronel Michael Randrianirina afirmou nesta quarta-feira (15) que será empossado em breve como líder do Madagascar. Segundo o regime atualmente no poder, todo o processo e as instituições do país serão supervisionados por um comitê militar.

O movimento consolida o controle dos militares sobre a nação da África, mergulhada numa crise política após duas semanas de protestos e deserções de integrantes das forças de segurança.

Rajoelina, que sofreu impeachment no Parlamento depois de deixar o país no fim de semana, criticou a tomada de poder e se recusou a formalizar sua renúncia. Ele fugiu de Madagascar no domingo (12) a bordo de um avião militar francês, segundo autoridades ouvidas pela agência de notícia Reuters, e agora estaria em Dubai. Em comunicado, justificou a viagem com o argumento de que sua vida estava em risco.

Durante entrevista coletiva em Antananarivo, a capital de Madagascar, Randrianirina confirmou que militares assumiram o poder e dissolveram todas as instituições, com exceção da Assembleia Nacional. “Seremos empossados em breve”, disse ele. “Assumimos as responsabilidades.”

De acordo com duas autoridades próximas ao novo líder, a cerimônia de posse deverá ocorrer nos próximos dias. Segundo Randrianirina, a transição será conduzida por uma junta militar e deverá durar até dois anos, período em que um governo provisório será responsável por reestruturar as instituições e preparar novas eleições. Todo o processo será supervisionado por um comitê formado por oficiais do Exército e da polícia.

Ex-comandante da unidade de elite Capsat, que também desempenhou papel decisivo no golpe de 2009 que levou Rajoelina ao poder, Randrianirina rompeu com o antigo aliado na semana passada, após pedir aos soldados que não reprimissem manifestantes durante os protestos de rua.

Rajoelina, 51, o presidente destituído, é um ex-DJ e empresário que chegou ao poder em 2009 impulsionado por um movimento de jovens, tornando-se, aos 34 anos, um dos chefes de Estado com a menor idade em todo o mundo à época. No entanto, as promessas de combate à corrupção e de melhoria das condições de vida da população não se concretizaram.

Com cerca de 30 milhões de habitantes, Madagascar é um dos países mais pobres do mundo: três quartos da população vivem na pobreza. Segundo o Banco Mundial, o PIB per capita do país caiu 45% entre a independência, em 1960, e 2020.

Além da unidade Capsat, tanto a polícia quanto outras forças de segurança também romperam com Rajoelina nos últimos dias, o que acelerou o colapso do governo.

A saída de Rajoelina marcou a segunda vez em poucas semanas que jovens manifestantes derrubam um governo em meio a uma onda de revoltas da chamada geração Z pelo mundo. Em setembro, protestos massivos no Nepal começaram a partir da proibição das redes sociais pelo governo e, após violência nas ruas e dezenas de mortes, terminaram com a renúncia do então primeiro-ministro.

Em seguida, a ex-chefe da Suprema Corte do país Sushila Karki foi nomeada governante interina com apoio dos manifestantes. O presidente do Nepal, então, dissolveu o Parlamento e marcou eleições para março de 2026.

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