A Polícia Federal suspeita que servidores ainda não identificados do STJ (Superior Tribunal de Justiça) também tenham participado de um esquema de venda e vazamento de decisões da corte e pretende ampliar as investigações do caso. O relatório preliminar da operação Sisamnes menciona a reprodução de “padrões típicos de atuação de organizações criminosas”.
Hoje, três servidores estão entre os principais investigados da Sisamnes. Nas várias fases da operação, que está sob relatoria do ministro Cristiano Zanin no STF (Supremo Tribunal Federal), agentes da PF encontraram indícios de que outras pessoas compartilharam informações internas com o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, pivô das investigações.
As suspeitas de corrupção nas cortes têm mobilizado a cúpula do Judiciário, que ampliou a discussão sobre punições mais duras a magistrados que usem o cargo para se beneficiar. Ao tomar posse como presidente do STF e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 29 de setembro, o ministro Edson Fachin anunciou a criação de um órgão para identificar e prevenir riscos de corrupção e de conflitos de interesse nos tribunais.
O Café da Manhã desta quarta-feira (15) explica as suspeitas de venda de decisões no Judiciário brasileiro, conta detalhes das investigações e discute os impactos que esses casos já tiveram. A gente conversa com José Marques, repórter da Folha em Brasília que acompanha o tema desde as primeiras revelações.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Gustavo Luiz e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann.
