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Imprensa dos EUA deixa Pentágono após Trump mudar regras – 14/10/2025 – Mundo

A conservadora Fox News juntou-se às emissoras ABC, CBS e NBC e não assinou a política de imprensa do Departamento de Defesa até o prazo desta terça-feira (14), além de criticar as novas regulamentações em uma declaração conjunta que incluiu a CNN.

“Hoje, nos juntamos a praticamente todas as outras organizações de notícias ao recusar concordar com os novos requisitos do Pentágono, que restringiriam a capacidade dos jornalistas de manter a nação e o mundo informados sobre importantes questões de segurança nacional”, escreveram as redes de notícias.

“A medida não tem precedentes e ameaça proteções jornalísticas fundamentais. Continuaremos a cobrir as Forças Armadas dos EUA como cada uma de nossas organizações tem feito por muitas décadas, defendendo os princípios de uma imprensa livre e independente”, continua a nota.

A dissidência da Fox é notável considerando as visões pró-Donald Trump de muitos de seus comentaristas —grupo que no passado incluía o atual secretário de Defesa do governo, Pete Hegseth.

A política proíbe jornalistas de acessar ou solicitar informações que o Departamento de Defesa não disponibilize para eles e revoga as credenciais de imprensa do Pentágono daqueles que não assinarem os requisitos. As novas regras atraíram um coro de críticos de todo o espectro ideológico desde que foram anunciadas, no mês passado.

As redes de TV se juntaram a muitos outros veículos ao dizer não, incluindo The Washington Post, New York Times, Wall Street Journal, Associated Press, Reuters, Bloomberg News e The Atlantic. Veículos de direita, incluindo Newsmax, Washington Times, Daily Caller e Washington Examiner, também se recusaram a assinar, junto com uma série de publicações especializadas em defesa.

Até o prazo das 17h desta terça, apenas a One America News, favorável ao Maga —acrônimo em inglês para “Faça a América Grandiosa Novamente”, slogan da campanha de Trump—, havia dito que assinaria a política.

O resultado, escreveu na rede social X Nancy Youssef, do Atlantic, nesta segunda (13), é que os repórteres participarão de uma retirada sem precedentes da gigantesca sede do Departamento de Defesa no norte da Virgínia. “A partir de quarta-feira, pela primeira vez desde que o Pentágono foi inaugurado, em 1943, provavelmente não haverá grandes veículos de notícias credenciados para cobrir o [órgão], que gasta quase US$ 1 trilhão do dinheiro dos contribuintes.”

A PPA (Associação de Imprensa do Pentágono, na sigla em inglês), que representa os membros do corpo de imprensa do Pentágono, pediu formalmente ao Departamento de Defesa nesta segunda que reconsiderasse as novas regras.

“Não há necessidade ou justificativa para [o Pentágono] exigir que repórteres aceitem políticas vagas e provavelmente inconstitucionais como pré-condição para reportar a partir das instalações do Pentágono”, disse a PPA em um comunicado. “O reconhecimento exigido pelo Pentágono é particularmente problemático porque exige que os repórteres expressem uma ‘compreensão’ de que o dano inevitavelmente flui da divulgação de informações não autorizadas, classificadas ou não —algo que todos os envolvidos sabem não ser verdade.”

O Departamento de Defesa não respondeu a um pedido de comentário.

Hegseth defendeu as novas regras em uma breve aparição na Casa Branca nesta terça com Trump. “São coisas de bom senso, presidente”, disse ele. “Estamos tentando garantir que a segurança nacional seja respeitada, e estamos orgulhosos da política.” Em uma breve interação com os jornalistas, o republicano endossou indiretamente as regulamentações mais restritivas do funcionário.

“Vocês andam pela Casa Branca falando com qualquer um que possa respirar”, disse ele a um jornalista. “Mas acho que quando se trata de guerra, (…) me incomoda ter soldados e até mesmo generais de alta patente andando por aí com vocês grudados neles fazendo perguntas, porque eles podem cometer um erro, e um erro pode ser trágico.”

Na terça, o clima nas instalações de imprensa do Pentágono era sombrio, segundo jornalistas credenciados que comentaram a situação sob anonimato porque não estavam autorizados a falar publicamente.

Os profissionais esvaziaram suas mesas de itens que, em alguns casos, haviam sido acumulados ao longo de décadas. As redes recolheram equipamentos de transmissão para levar de volta aos seus escritórios. Durante tudo isso, havia um ar de tristeza, mas também de resiliência, disseram as pessoas. “Todos estão unidos, mas desapontados que tenha chegado a esse ponto”, disse um repórter.

“A maioria dos repórteres apenas se sente determinada a continuar fazendo seu trabalho”, disse outro. “Certamente tornará as coisas mais difíceis. Mas acho que todos entendem que isso é sobre um secretário de defesa que é, na verdade, bastante sensível a críticas.”

“A camaradagem ainda é muito boa entre os repórteres”, disse outro correspondente. “Se algum corpo de imprensa sabe como lidar com humor negro, é absolutamente este.”


Posições dos veículos de notícias sobre as novas regras de mídia do Pentágono

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