O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira (14) que identificou os corpos dos quatro reféns entregues pelo grupo terrorista Hamas como parte do plano de cessar-fogo que entrou em vigor na última sexta-feira (10).
Os reféns foram identificados como Guy Iluz, 26, e Bipin Joshi, 23 —os outros dois não tiveram seus nomes divulgados a pedido das famílias, de acordo com as Forças Armadas.
Os quatro cadáveres foram entregues pelo Hamas na segunda-feira (14) à Cruz Vermelha, responsável por receber os reféns e entregá-los a Israel. Os corpos então foram enviados ao Instituto Médico Legal para identificação.
O Hamas ainda mantém os corpos de outros 24 sequestrados. O grupo terrorista concordou em entregar todos a Israel como parte do acordo de cessar-fogo.
Iluz foi sequestrado no festival de música Nova, onde 364 pessoas foram mortas nos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023. Segundo o Exército, ele morreu em decorrência dos ferimentos por não ter recebido tratamento médico adequado enquanto estava em cativeiro.
Já Joshi, estudante nepalês de agricultura, foi raptado no kibutz Alumim. As Forças Armadas afirmam que ele teria sido assassinado nos primeiros meses da guerra.
As conclusões sobre as circunstâncias das mortes de Iluz e Joshi serão determinadas após o término da análise pelas autoridades forenses israelenses.
Os corpos dos quatro reféns identificados foram entregues horas após a libertação dos últimos 20 reféns vivos que permaneciam em cativeiro na Faixa de Gaza. Em troca, Israel libertou 1.968 palestinos que estavam detidos em suas penitenciárias.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou nesta terça-feira (14) que levará tempo para entregar os restos mortais de reféns devido às dificuldades de localizar corpos entre os escombros de Gaza.
“Esse é um desafio ainda maior do que a libertação de pessoas vivas. É um desafio imenso”, disse o porta-voz do CICV, Christian Cardon, acrescentando que o processo pode levar dias ou semanas —e que há a possibilidade de alguns corpos nunca serem encontrados.
“Acredito que existe claramente o risco de isso levar muito mais tempo. O que estamos dizendo às partes envolvidas é que essa deve ser a prioridade máxima.”
O Exército israelense disse que abriu fogo nesta terça-feira (14) contra um grupo de palestinos que teria se aproximado de suas forças no norte da Faixa de Gaza. As autoridades de saúde no território, controladas pelo Hamas, afirmaram que pelo menos seis pessoas foram mortas em dois incidentes separados.
Dúvidas sobre os próximos passos do acordo de paz pairam sobre a região, e questões cruciais seguem sem resolução —como o desarmamento do Hamas, a reconstrução da Gaza e a natureza exata do governo tecnocrático que deve assumir o controle do território palestino.
Esses pontos fazem parte do plano de paz de Donald Trump, aprovado tanto por Israel quanto pela liderança do Hamas e referendado por países mediadores, como Egito, Turquia e Qatar.