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Conheça os 10 melhores discos de Dori Caymmi – 11/10/2025 – Ilustríssima

De “Caymmi Visita Tom” (1964) até “Utopia” (2025), Dori Caymmi contabiliza 31 discos em sua carreira, abrangendo as canções autorais e as visitas recorrentes ao repertório do pai, Dorival Caymmi, ao lado dos irmãos Nana e Danilo. Críticos, parceiros e colegas comentam dez momentos de sua discografia.

“Caymmi Visita Tom – E Leva seus Filhos Nana, Dori e Danilo” (1964)

“‘Caymmi Visita Tom’ é o retrato familiar do DNA absurdo do Brasil profundo e atlântico de dois dos maiores compositores da nossa história ao redor de um piano. Detalhes especiais: Jobim fazendo contracanto, um trio de monstros na base (os bateristas Dom Um Romão e Edison Machado, o baixo de Sérgio Barroso), Danilo na flauta e a musa Stella Maris em ‘Canção da Noiva’ acompanhada por Dori e seu violão. O violão de um Dori de 20 anos que está em todo o disco já com corpo e balanço. Brilha na faixa ‘Vai de Vez’, de Lula Freire e Roberto Menescal, e sola a pedido da mãe Stella Maris na triste e belíssima ‘Canção da Noiva’, da Suíte dos Pescadores. Reza a lenda que Stella só cantou porque exigiu o violão de Dori. A matriarca sabia das coisas. Uma aula!”.

Patricia Palumbo, jornalista e radialista especializada em música

“Dory Caymmi” (1972)

“1972 é um ano misterioso para a música brasileira. O álbum ‘Dory Caymmi’ é o meu favorito de Dori. Ele ainda soa atual depois de mais de 50 anos.”

Willie Whopper, jornalista japonês, dono do Bar Aparecida, divulgador da música brasileira em Tóquio

“Dori Caymmi” (1980)

“O Dori de 80 é, para mim, um dos discos mais bonitos da história da nossa música. Uma obra-prima. A riqueza e a sofisticação de suas harmonias, os timbres igualmente aveludados de sua voz e violão e as imagens poéticas e brasileiríssimas de suas letras tocam meu coração de uma maneira singular desde a primeira vez que ouvi. É um dos meus discos de cabeceira. Pelo menos uma vez por mês ele gira do início ao fim, no mínimo duas vezes, na minha vitrola. Que inveja boa de quem ainda vai ouvi-lo pela primeira vez.”

Gabriel Leone, ator e cantor

“Dori tinha sofrido um acidente no futebol, no tendão de Aquiles, e ficou muito tempo sem pegar no violão. Quando ele pegou, meses depois, saiu esse refrão [‘Ê, Minas, ê, Minas…’]. Ele me pediu que escrevesse alguma coisa em cima. Escrevi o poema de ‘Desenredo’ [do álbum ‘Dori Caymmi’, 1980], que ele musicou com maestria.”

Paulo César Pinheiro, poeta e letrista

“Tome Conta de Meu Filho, que Eu Também Já Fui do Mar…” (1996)

“Lindo disco de Dori com as canções de Dorival Caymmi. Seu canto parece com o do pai, mas com os graves um pouco menos ricos. O seu violão é mais sofisticado, mais ‘erudito’, o que é notado pelo encadeamento de acordes. É impressionante como a voz da família tem esse timbre —Dori, Nana e o próprio Danilo. O grave de Dorival Caymmi era mais rico e parecia sair da natureza. Suas canções também parecem mais da natureza do que da construção humana. Não posso deixar de dizer o quanto amo ‘Sargaço Mar’. Bela escolha. Essa canção é encantadora e me lembra o filme ‘A Voz da Lua’ (1990), de Fellini.”

Tuzé de Abreu, músico

“Influências” (2001)

“Dori Caymmi faz parte de uma dinastia da canção popular: filho de Dorival e irmão de Nana e Danilo. Em ‘Influências’, ele explicita e amplia essa ancestralidade robusta, mostrando que seu violão e canto estão sobre os ombros de, além do pai, Ary Barroso, Noel, Vadico, Jobim & companhia ilimitada, repertório mediado pela estética da bossa nova, formadora da sua geração. ‘Conversa de Botequim’ tem Gal Costa na precisão. A interpretação de ‘Desafinado’ revela o Dorival pai incorporado no filho. E a faixa ‘Linda Flor’, com Nana Caymmi, nos lembra que o mistério do canto não tem solução, mas fruição impura, contaminada de vida.”

Paquito, crítico, produtor e compositor

“Contemporâneos” (2002)

“Ele levou Chico [Buarque] a gravar ‘Sampa’! Dori é uma personalidade musical autêntica, profunda e dona da beleza.”

Caetano Veloso, cantor e compositor

“‘Contemporâneos’: estrelas brilhando num mesmo céu, numa mesma época. Dori Caymmi cantando Paulinho da Viola, Caetano Veloso cantando Chico Buarque, Chico cantando Caetano. ‘Coisas do Mundo, Minha Nega’, ‘Januária’, ‘Sampa’, ‘Ponta de Areia’, ‘Choro Bandido’, ‘Procissão’, tudo isso compõe ‘Contemporâneos’ (2002), CD primoroso. E mais: o violão de Dori, a voz de Dori, de Nana Caymmi, de Renato Braz, e os belos arranjos, todos de Dori, um naipe de cordas que tece uma rede sonora macia para nosso ser descansar e se entregar a tanta beleza.”

Eliete Eça Negreiros, cantora e ensaísta

“Rio-Bahia – Joyce e Dori Caymmi” (2006)

“Nos anos 2000, fizemos várias turnês juntos pelos Estados Unidos, inclusive uma viagem maluca —eu, Dori, Tutty Moreno e Rodolfo Stroeter (estávamos como um quarteto: dois violões, bateria e baixo). Dori fez questão de dirigir o carro. Era uma turnê pela Califórnia, que ele conhecia muito bem, pois morava lá havia tempo. E ele assumiu uma função engraçada, meio de tour manager. Foi uma turnê deliciosa, de muitas risadas e muita música boa. Também estivemos juntos no Japão e na Europa. Então, quando surgiu a oportunidade de gravar um novo álbum, em 2005, sugeri à Far Out, gravadora de Londres que lança meus discos mundialmente, que fizéssemos esse álbum juntos. Eles toparam. E eu adorei! Pude cantar junto com ele (minha voz masculina preferida) algumas canções dele que adoro. Ter aqueles arranjos sublimes de cordas que ele faz, compor novas músicas minhas para ele cantar junto… Enfim, só alegrias!”

Joyce Moreno, cantora e compositora

“Mundo de Dentro” (2010)

“Ao lançar ‘Mundo de Dentro’, Dori provou que sua sofisticação sonora e sua excelência musical eram possíveis em um repertório que pode e deve alcançar popularidade. Cantando com aquele aveludado vocal típico dos Caymmi, ao interpretar ‘Fora de Hora’ e ‘Sem Poupar Coração’, ambas gravadas pela grandiosa Nana, o maestro-cantor nos inunda de beleza, a voz grave masculina desfiando imagens de amor e de dor vividas pelas mulheres ou pelo sentimento no universo feminino. O disco é uma inteira primazia, que deve ser ouvido do início ao fim. Acelera a solidão ao mesmo tempo que faz companhia. Nos convida a desacelerar e navegar a grandeza de um artista que viveu integralmente para a música que cultua como sua maior divindade.”

Marlon Marcos, poeta e antropólogo

“Edu, Dori & Marcos” (2018)

O álbum foi uma celebração de tantos anos que nos conhecemos. Edu Lobo, Dori e eu. Embora cada um tenha seu caminho, somos amigos. Cada um seguiu o seu estilo de música. Aí chegamos à conclusão de que realmente faltava o disco. As pessoas cobravam. Essa ideia nasceu num show que eu estava fazendo com a Stacey Kent, cantora americana de jazz. Patrícia, minha mulher, deu a ideia de chamar Edu e Dori. Achei perfeito. Quando nós estávamos fazendo o show, em São Paulo, eu estava no piano e eles esperavam na coxia. Os dois entraram e falaram: ‘Temos que fazer um disco juntos’. Eu comuniquei ao público, que aplaudiu. Falamos com a Biscoito Fino. A ideia foi de cada um cantar a música do outro. Ninguém cantar sua própria música. E também deixar que cada um cuidasse dos arranjos. Primeiro nos reunimos para saber qual era o repertório. Mas as gravações foram separadas. No fim, marcamos um encontro para a audição. Cada um de nós ouviu o que o outro tinha gravado. Foi uma emoção muito grande. Ficou muito bonito. Uma celebração dos nossos 60 anos de amizade.”

Marcos Valle, cantor e compositor

“Utopia” (2025)

“O último disco de Dori mantém a elegância característica da sua obra. Arranjos sempre precisos, sem se exceder em floreios e grandes orquestrações, mas sem abrir mão da beleza. Beleza também presente na escolha das canções, das participações e na condução da banda, levando o disco com a concisão e a precisão de quem não precisa se perder em demonstrações gratuitas de virtuosismo. Destaque para o frevo ‘Ninho de Vespa’, o momento de dinâmica mais alta do disco e com letra sempre brilhante de Paulo César Pinheiro”.

Felipe Fernandes (Felipe F.), cantor e compositor, autor do disco recém-lançado “Dois

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