A ativista sueca Greta Thunberg afirmou nesta terça-feira (7) que ela e outros participantes da flotilha Global Sumud foram torturados na prisão em que estiveram detidos em Israel. A iniciativa tentava enviar ajuda humanitária a Gaza, mas foi interceptada por Tel Aviv.
Greta falou com jornalistas em Estocolmo, após ser deportada por Israel, mas não quis dar detalhes. Ela apenas afirmou que não teve acesso a água potável e que outros detidos foram privados de medicamentos essenciais.
Os ativistas ficaram na prisão de Ktzi’ot, no deserto do Neguev, perto da fronteira com o Egito.
“Pessoalmente, não quero compartilhar o que aconteceu comigo porque não quero que as manchetes digam ‘Greta foi torturada’, porque essa não é a história aqui”, disse.
Ativistas suecos libertados antes disseram no fim de semana que Greta foi empurrada e forçada a usar uma bandeira de Israel durante sua detenção, mas ela não mencionou o episódio nesta terça. A ativista cobrou o governo sueco e disse que as autoridades de seu país não prestaram auxílio suficiente ao grupo.
O ministério das Relações Exteriores de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência Reuters, mas tem negado repetidamente quaisquer maus-tratos aos detidos.
“Todos os detidos tiveram acesso a água, comida e banheiros; não lhes foi negado acesso a assistência jurídica, e todos os seus direitos legais foram plenamente respeitados”, disse um porta-voz do ministério na semana passada.
Treze brasileiros participaram da empreitada e também foram presos. O grupo lançou uma campanha de arrecadação de recursos para custear o retorno deles ao país, após serem deportados nesta terça para a Jordânia.
Entre os integrantes do grupo estão o ativista Thiago Ávila, detido por Israel na empreitada anterior da organização assim como Greta, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, e a presidente do partido no Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolotti.
Os cerca de 45 barcos da flotilha partiram de Barcelona, na Espanha, no dia 31 de agosto, levando aproximadamente 400 ativistas de mais de 45 países, e começaram a ser interceptados na última quarta-feira (1º).
Ativistas de outras nacionalidades que já haviam saído de Israel após terem seus processos de deportação concluídos também afirmaram ter sofrido maus-tratos dentro da prisão.