A Justiça Federal de São Paulo tornou réus empresários acusados de desviarem dinheiro da associação nacional e do sindicato paulista da indústria dos equipamentos médicos, por meio de um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
As ações foram abertas a partir da delação premiada dos advogados Luiz Carlos Claro, conhecido como Lulli Chiaro, e Gabriel Claro, e são um desdobramento da operação Descarte, iniciada em 2018.
Segundo eles, as irregularidades aconteciam por meio de contratos fictícios firmados com seu escritório de advocacia. Na prática, eles emitiam notas frias e controlavam empresas usadas para movimentar valores de forma ilegal.
Em duas ações criminais, o Ministério Público Federal afirma que um dos empresários, Franco Pallamolla, participou de um esquema como diretor-presidente da Lifemed, de equipamentos médicos, e como presidente da Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos).
Só na Lifemed, de 2010 a 2017, diz a Procuradoria, o valor sonegado teria somado R$ 14 milhões. Já em relação às associações, a acusação diz que houve um desvio de ao menos R$ 3,2 milhões entre 2014 e 2017.
A estrutura foi replicada no âmbito da Abimo/Sinaemo (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo), segundo as investigações.
A acusação afirma que Pallamolla, Ruy Baumer, presidente do Sinaemo, e Paulo Fraccaro, secretário do sindicato, também se articularam para aplicar o esquema nas associações em proveito próprio.
Procurados, os advogados dos Claro, Danyelle Galvão e Ortélio Marrero, disseram que a defesa “reitera todos os compromissos firmados quando do acordo da colaboração premiada”.
O Painel tentou contato com os defensores de Pallamolla, Baumer e Fraccaro, mas não obteve retorno.
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