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Políticos fomentam ataque a judeus, diz sobrevivente – 03/10/2025 – Mundo

O brasileiro Rafael Zimerman, sobrevivente do ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, avalia que “ser judeu no Brasil” é muito preocupante hoje, dois anos depois do atentado mais grave da história do Estado de Israel —e que políticos brasileiros, ao compararem a resposta israelense a crimes cometidos pelos nazistas, “fomentam ataques contra judeus”.

Zimerman trabalha na ONG pró-Israel StandWithUs Brasil como educador, dando palestras e participando de eventos nos quais testemunha o que viveu no festival Nova, alvo de ataque dos membros do grupo terrorista Hamas. “Tenho uma mistura de sentimentos nessa data. Estou feliz por estar vivo e agradecido por ter sobrevivido ao ataque —fui atacado com tiros, granadas, estava num bunker com 40 pessoas das quais só sobreviveram nove. Então me sinto muito agradecido por isso.”

Ao mesmo tempo, afirma Zimerman, sua vida no Brasil tem sido muito difícil nos dois anos desde o atentado. “Os judeus têm sofrido ataques constantes. Vejo manifestações com camisetas e bandeiras do Hamas, que é um grupo terrorista que tentou me matar —não consigo entender como isso acontece no Brasil.”

“Vejo políticos fomentando esse ataque a judeus, como quando comparam judeus ou o que Israel faz na guerra com [o que fez a Alemanha na época do] nazismo. Isso é muito grave. E eu gosto sempre de lembrar que, na verdade, a guerra começou no dia 7 de outubro, não no dia seguinte”, afirma Zimerman.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em fevereiro de 2024 que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”. A fala foi condenada por entidades judaicas e levou Israel a tornar o presidente brasileiro “persona non grata”.

“Eu sinto muito pelo decorrer dessa guerra, com os reféns ainda na mão dos terroristas, na Faixa de Gaza, os palestinos morrendo”, diz Zimerman. “Mas mesmo com tudo o que sofri, me preocupa muito ser judeu no Brasil”, avalia, citando o aumento do antissemitismo e casos de pessoas celebrando o ataque do Hamas.

“Esse dia é um dia para chorar, é um dia para refletir. Não é um dia de comemoração. E gostaria de deixar claro que, esse tempo todo, durante esses dois anos, eu não recebi um telefonema do governo [brasileiro] para saber como eu estou, como está minha saúde mental, como eles poderiam me ajudar”, afirma Zimerman. “Isso me magoa muito, me deixa bem triste, porque é o país que eu nasci, que eu vivi a vida inteira, e que, de alguma forma, não me ajudou e nem me estendeu a mão.”

Na terça-feira (30), também como parte dos eventos relembrando o atentado, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) realizou a exibição em um cinema de São Paulo do documentário “We Will Dance Again” (Dançaremos de novo), vencedor do Emmy de Notícias de 2025 na categoria documentário de atualidades.

O filme, dirigido por Yariv Mozer e produzido pela Paramount+, BBC e a produtora israelense Hot, traz relatos de alguns dos sobreviventes do festival Nova, em que cerca de 370 pessoas foram assassinadas por terroristas do Hamas em 7 de outubro. Também exibe imagens de câmeras de segurança e filmagens produzidas pelos próprios integrantes da facção palestina enquanto matavam civis com tiros e granadas.

Claudio Lottenberg, presidente da Conib, afirma que “é muito importante que os brasileiros vejam filmes como esse para entenderem melhor o contexto da trágica guerra” em Gaza. “O conflito é com frequência retratado de forma deturpada, sem que o público compreenda suas origens e o sentimento em Israel depois do bárbaro massacre cometido pelo Hamas contra pessoas inocentes e indefesas, crianças, idosos e mulheres.”

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