O aeroporto de Munique, na Alemanha, informou na manhã desta sexta-feira (3), no horário local, que suspendeu suas operações após drones serem vistos pelo controle de tráfego aéreo, levando ao cancelamento de 17 voos e interrompendo as viagens de quase 3.000 passageiros.
Outros 15 voos que chegavam foram desviados para Stuttgart, Nuremberg, Viena e Frankfurt, informou o aeroporto em um comunicado, marcando a mais recente interrupção da aviação europeia por drones após casos semelhantes terem fechado temporariamente aeroportos na Dinamarca e na Noruega na semana passada.
As autoridades alemãs de controle de tráfego aéreo restringiram as operações de voo no aeroporto de Munique a partir das 22h18 (horário de Brasília) de quinta-feira e, posteriormente, as suspenderam completamente devido a vários avistamentos de drones, acrescentou o aeroporto.
A cidade já estava em alerta esta semana, quando a Oktoberfest foi temporariamente fechada devido a uma ameaça de bomba e à descoberta de explosivos em um prédio residencial na zona norte da cidade.
A Dinamarca não revelou quem acredita ser o responsável pelos incidentes em seu espaço aéreo na semana passada, que interromperam o tráfego aéreo em vários aeroportos, mas a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, sugeriu que poderia ser a Rússia. Líderes da União Europeia apoiaram planos na quarta-feira para reforçar as defesas do bloco contra drones russos.
O presidente russo, Vladimir Putin, brincou na quinta-feira que não voaria mais drones sobre a Dinamarca, mas Moscou negou responsabilidade pelos incidentes. O russo culpou nesta quinta-feira (2) a Europa pelo impasse nas negociações de paz da Guerra da Ucrânia, dizendo que o continente vive uma militarização causada por histeria e que luta por procuração contra Moscou no vizinho invadido em 2022.
Em longo discurso de quase quatro horas na reunião anual do Clube Valdai, centro de debates associado ao Kremlin, o russo mirou suas baterias contra os europeus e majoritariamente poupou os Estados Unidos de Donald Trump em um momento em que o presidente americano dá sinais de uma inflexão pró-Kiev no manejo da diplomacia do conflito.