Apesar do cenário global adverso, as exportações brasileiras de obras de arte apresentam um quadro vigoroso, mostra relatório da Act Arte dedicado ao tema.
A análise faz parte da 7ª Pesquisa Setorial do Mercado de Arte no Brasil e abrange o período de 2023 ao primeiro semestre de 2025, com dados obtidos na plataforma Comex Stat, sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para estatísticas sobre o comércio exterior.
“Enquanto o comércio internacional sofreu retração expressiva, o Brasil manteve volumes próximos à estabilidade e ampliou sua participação no fluxo global”, diz trecho do documento do escritório de inteligência em arte, divulgado nesta terça-feira (30).
Segundo o relatório, o desempenho das exportações em 2024 foi de crescimento no país. Enquanto as exportações globais de obras de arte recuaram 14,1% em relação a 2023, passando de US$ 31,5 bilhões para US$ 27,1 bilhões, no Brasil elas cresceram 7,2%, de US$ 269 milhões para US$ 288 milhões.
No fluxo global, o aumento na participação foi de 0,85% para 1,06%.
Apesar do avanço, o desempenho ainda não recuperou o patamar de 2019, período pré-pandemia, quando o Brasil exportou US$ 395 milhões.
O primeiro semestre de 2025, por sua vez, demonstra constância diante de um recuo global de 39,6%, o que aponta para avanços estruturais na capacidade de internacionalização do setor.
“Essa relativa resiliência se reflete diretamente no ganho de participação do Brasil nas exportações globais, subindo de 1,01% no primeiro semestre de 2023 para 1,23% no primeiro semestre de 2025”, diz o documento.
A análise mostra que o Brasil soube aproveitar janelas de oportunidade em um momento de reacomodação global, a partir da diversificação de destinos e da profissionalização dos agentes da exportação.
“Para o futuro, a continuidade dessa trajetória dependerá de políticas consistentes de internacionalização, de investimentos em visibilidade e da expansão para novos mercados, de forma a sustentar ganhos relativos e ampliar o peso do país no comércio global de arte”, conclui o relatório.
As exportações brasileiras são concentradas nas pinturas (65%), escultura (32%) e fotografia (3%).