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Familiares de vítimas das Farc recorrem de sentença – 19/09/2025 – Mundo

Familiares de 11 deputados do sudoeste da Colômbia, assassinados em 2007 pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) após longo período sequestrados, apelaram da primeira sentença que um tribunal criado no âmbito do acordo de paz de 2016 emitiu contra ex-chefes da guerrilha.

Sete membros da cúpula das Farc, grupo que aceitou abaixar as armas em troca de entrada formal na política colombiana, foram condenados na última terça-feira (16) a oito anos de trabalhos comunitários pela Jurisdição Especial para a Paz (JEP). Essa corte era prevista pelo pacto histórico que encerrou, em grande parte, o conflito interno colombiano, que durava décadas.

A pena era a máxima permitida pelos termos do acordo, que deu aos guerrilheiros a garantia de que não seriam presos, e atingiu inclusive o último comandante das Farc, conhecido como Timochenko. Ele e os outros líderes aceitaram formalmente a responsabilidade por mais de 20 mil sequestros.

A sentença “apresenta graves deficiências que desconhecem os compromissos” adquiridos pelo Estado após a assinatura da paz e os padrões internacionais, disse na sexta-feira (19) em um comunicado a Fundação Defesa de Inocentes, que representa várias famílias deste grupo de políticos mortos pelos rebeldes.

Em 2002, uma dúzia de deputados locais do Valle del Cauca foram sequestrados durante um assalto da guerrilha contra a Assembleia Departamental. Permaneceram em cativeiro durante cinco anos até que em 2007, em meio a um suposto confronto com paramilitares, a maioria foi assassinada pelos guerrilheiros.

Apenas o deputado Sigifredo López sobreviveu, porque se encontrava naquele momento em outro acampamento, e pôde relatar sua experiência após ser libertado em 2009.

Segundo a organização, o tribunal falhou em garantir “a participação efetiva das vítimas” na elaboração das sanções, assim como em sua “proporcionalidade frente ao dano sofrido”.

Os familiares consideram ainda que há uma “ausência de garantias reais de não repetição” e de esforços de “verdade plena, detalhada e exaustiva” por parte dos sentenciados.

A JEP enfrenta severas críticas após sua primeira sentença, pois vários afetados esperavam sanções mais duras, como restrições de movimento e até prisão domiciliar. “É absolutamente compreensível que haja vítimas insatisfeitas” porque “são crimes que é impossível reparar”, disse em entrevista à AFP o magistrado Camilo Suárez, responsável por este caso.

Cerca de 4.300 vítimas de sequestro foram credenciadas perante o tribunal e “escutar cada uma delas é absolutamente difícil, quase impossível”, afirmou.

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