O terceiro dia do Doce Maravilha, festival carioca que aconteceu no Jockey Club do Rio de Janeiro neste final de semana, terminou no alto com dois indicados ao Grammy Latino 2025 —Zeca Pagodinho e Liniker. Jards Macalé e Delacruz também marcaram o evento com suas apresentações.
Apesar do horário, Macalé levou o público ainda tímido à emoção apresentando as canções do seu disco homônimo de 1972. Lançado no período mais repressivo da ditadura, versos como “não me calo”, “já comi muito da farinha do desprezo” e “também posso chorar” soam atuais quando entoados por jovens de roupas coloridas.
Delacruz também fez um show magnético em homenagem a MC Marcinho. O artista chamou ao palco a filha do funkeiro, Marcelly Garcia, para cantar sucessos como “Garota Nota 100”, “Glamurosa” e “Princesa” acompanhado da Nova Orquestra. Gisa Garcia, irmã de Marcinho, também subiu de surpresa e entoou “Quero Seu Amor”. “Marcinho, pode ficar tranquilo quanto ao seu legado”, disse Delacruz com Garcia às lágrimas.
O pagode de Pagodinho começou morno e foi ganhando força com as participações de Alcione e Martinho da Vila. O sambista também chamou seu neto Noah para cantar “Cadê Meu Amor?”, num momento amoroso. Mas a sensação que fica é a de que o samba ainda precisa aprender com os shows de pop a acentuar os graves do surdo e do tantan.
Liniker encerrou o evento de maneira grandiosa com as canções do disco “Caju”, que concorre em sete indicações do Grammy Latino neste ano. “Estou muito feliz”, afirma a artista a respeito da premiação. Ela ainda recebeu no palco quase todas as participações do álbum – Pabllo Vittar, Priscilla Senna, Melly e Baiana System.