O fundador do WikiLeaks apresentou uma denúncia contra a Fundação Nobel após a decisão de atribuir o Nobel da Paz à líder da oposição venezuelana María Corina Machado devido ao posterior apoio que ela declarou a Donald Trump.
Julian Assange afirma que o prêmio de 2025 representa um “desvio de fundos e a facilitação de crimes de guerra segundo a lei sueca” e exige o congelamento do cheque de 11 milhões de coroas suecas (R$ 5,52 milhões) prometido à venezuelana.
O Prêmio Nobel da Paz é concedido pelo Comitê Norueguês em Oslo, mas Assange defende que a Fundação Nobel, em Estocolmo, deveria assumir a responsabilidade financeira.
O fundador do WikiLeaks afirma que a escolha de María Corina viola o testamento de Alfred Nobel de 1895 —que estipula que o prêmio deve ser concedido à pessoa que tenha realizado “o maior ou melhor trabalho pela fraternidade entre as nações, pela abolição ou redução dos exércitos permanentes e pela organização e promoção de congressos de paz”— devido ao seu apoio às ações de Donald Trump na Venezuela, contra o regime de Nicolás Maduro.
O presidente dos Estados Unidos, a quem María Corina dedicou seu prêmio, mobilizou uma flotilha militar inédita no Caribe desde agosto, supostamente para combater o tráfico de drogas, o que já resultou em cerca de 90 mortes.
O Nobel da Paz foi concedido à venezuelana, de acordo com a premiação, por seus esforços na promoção de uma transição democrática na Venezuela.
Segundo o WikiLeaks, existe o risco de que “fundos da Fundação Nobel tenham sido ou estejam sendo desviados” de “seu propósito beneficente para facilitar agressões, crimes contra a humanidade e crimes de guerra”.
A polícia sueca confirmou à agência de notícias AFP que recebeu a denúncia. Assange acusa trinta funcionários ligados à Fundação Nobel de terem transformado “um instrumento da paz em um instrumento de guerra”.



