Graziela Gonçalves e Alexandre Ferreira Lima Abrão, a viúva e o filho do músico e Chorão, morto em 2013, perderam os direitos sobre o nome da banda Charlie Brown Jr. O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) determinou que apenas a Peanuts Worldwide, criadora dos personagens da turma do cão Snoopy e do garoto Charlie Brown, podem deter o nome em questão. A informação foi confirmada à Folha.
Sempre sem sucesso, o grupo musical vinha batalhando pelos direitos do nome desde que Chorão, que foi vocalista da Charlie Brown Jr. era vivo, na tentativa de obter cotitularidade com a empresa Peanuts.
Em 2022, Abrão disse ter enfim obtido autorização para registrar a marca no Inpi, mas uma investigação feita dois anos mais tarde revelou que os documentos da suposta negociação haviam sido falsificados. Na ocasião, a defesa do filho de Chorão alegou que o mesmo havia sido vítima de um golpe.
Também em 2022, Graziela iniciou uma série de processos contra Abrão por suposto descumprimento da à partilha de bens de Chorão. Na época, 45% dos direitos de imagens e produtos relacionados ao cantor eram detidos por sua viúva, enquanto 55% pertenciam a seu filho. Segundo ela, a tentativa do enteado de registrar o nome do grupo teria desrespeitado a partilha. A defesa de Abrão nega as acusações da viúva.
Hoje, o filho de Chorão também é alvo de processos dos guitarristas cofundadores da banda Marcão Britto e Thiago Castanho, que acusam Abrão de impedir o uso do nome Charlie Brown Jr. em shows da dupla e nas redes sociais dos dois artistas. Segundo a defesa de Britto e Castanho, a decisão do Inpi favorece os dois por fragilizar o controle de Abrão sobre o nome da banda.
