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EUA pressionam pela paz e avanços russos continuam lentos – 11/12/2025 – Mundo

Não é coincidência que a Rússia tenha afirmado ter finalmente assumido controle total de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, justamente pouco antes de Steve Witkoff, enviado especial de Donald Trump, e Jared Kushner, genro do presidente americano, chegarem a Moscou para negociações de paz.

As negociações para encerrar a guerra são influenciadas pela percepção de como ela está indo. A Rússia certamente vai querer dar a impressão de que sua vitória é inevitável. Mas não está claro se a Rússia tomou Pokrovsk completamente —ou se pode necessariamente continuar pressionando por mais tempo do que a Ucrânia pode resistir.

Com exceção de uma incursão na região russa de Kursk, a Ucrânia vem perdendo território de forma quase contínua desde 2022. Os avanços russos têm sido um pouco mais rápidos este ano do que no anterior.

Em 2025, as forças russas conquistaram 4.562 km² de território ucraniano, segundo cálculos da revista The Economist, que utiliza mapas do Institute for the Study of War (ISW), um think tank.

Isso se compara aos 3.734 km² conquistados em 2024. Em novembro, as tropas russas obtiveram alguns de seus maiores ganhos do ano; capturando 690 km² em 30 dias. Isso significa que elas tomaram o controle de uma área equivalente a cerca de uma vez e meia o aeroporto internacional de Los Angeles (LAX) a cada 24 horas.

No entanto, mesmo com o ritmo mais acelerado da Rússia nos últimos tempos, seu progresso geral continua lento. Nos últimos três anos, a Rússia conquistou apenas mais 1,45% do território ucraniano. Nenhuma grande cidade mudou de mãos.

A Rússia lutou durante 14 meses para capturar totalmente Pokrovsk —que, com uma população de 61 mil habitantes, era apenas a 73ª maior cidade da Ucrânia antes da guerra.

Se, por exemplo, a Rússia quiser obter o controle total das regiões orientais ucranianas de Kherson, Zaporíjia, Donetsk e Lugansk, ela precisa conquistar mais 20.345 km², ou 1.453 LAXs. Mesmo no ritmo recente, isso levaria até maio de 2028.

O avanço russo também veio a um custo enorme. Nossa meta-estimativa sugere que de 1 milhão a 1,35 milhão de soldados russos foram mortos ou feridos na guerra até agora. Isso provavelmente é mais do que o número de soldados americanos mortos ou feridos na Segunda Guerra Mundial. Talvez 1% da população masculina russa em idade de combate antes da guerra tenha morrido na Ucrânia.

Segundo Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, 100 mil soldados russos morreram na primeira metade de 2025. A Rússia também pode achar cada vez mais difícil continuar financiando seu esforço de guerra se, como esperado, os preços do petróleo caírem no próximo ano. Tudo isso pode dificultar manter o ímpeto atual.

Outros fatores, porém, sugerem que o progresso russo poderia acelerar nos próximos meses. As perdas no campo de batalha da Ucrânia também são graves, e o país enfrenta escassez de mão de obra.

Grande parte dos combates na Ucrânia tem ocorrido em áreas urbanas, rendendo ganhos territoriais pequenos, mas possivelmente vitórias estratégicas importantes. Mesmo avanços mínimos em lugares como Pokrovsk podem servir de trampolim para ofensivas maiores.

A Rússia também parece estar ganhando vantagem sobre a Ucrânia na guerra de drones, permitindo atacar o inimigo muito além da linha de frente de forma mais eficaz. Isso pode diminuir mais a capacidade de barganha ucraniana nas negociações do que pequenos avanços territoriais da Rússia.

A presença de Witkoff em Moscou pode ter preocupado a Ucrânia. Se os Estados Unidos assim decidirem, podem limitar a campanha aérea estratégica da Ucrânia, restringindo o compartilhamento de inteligência. Também poderiam parar de vender armas à Europa que o continente posteriormente fornece à Ucrânia.

A Europa, por sua vez, ainda enfrenta dificuldades para oferecer à Ucrânia os recursos necessários para continuar lutando, especialmente agora que quase nada vem diretamente dos Estados Unidos.

Vladimir Putin espera que as defesas ucranianas cedam —primeiro lentamente e depois de repente— caso suas tropas continuem avançando. O mais provável por agora, porém, é que, até que um acordo de paz seja firmado, a guerra simplesmente continue se arrastando.

Texto do The Economist, traduzido por Nathalia Dunker, publicado sob licença. O artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com

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