Raul Malo, o cantor de voz exuberante e principal compositor dos Mavericks, cujo som expansivo e de influência latina trouxe nova vida à música country americana nos anos 1990, morreu nesta segunda-feira. Ele tinha 60 anos.
Sua morte foi anunciada pelos Mavericks na página oficial da banda no Instagram, na manhã de terça-feira. Nenhum outro detalhe foi dado.
Malo havia anunciado em junho deste ano que estava com câncer de cólon em estágio quatro. Alguns meses depois, ele descobriu que também tinha doença leptomeníngea, uma condição na qual células cancerígenas atacam as membranas ao redor do cérebro e da medula espinhal.
O quarteto que eventualmente se tornou os Mavericks se formou em Miami, nos Estados Unidos, no final dos anos 1980, como uma banda de bar chamada The Basics. Mais rock do que country, o grupo contava com Robert Reynolds nos vocais principais e na guitarra, Malo nos vocais de apoio e no baixo, Paul Deakin na bateria e Ben Peeler na guitarra principal.
Foi apenas em 1989, depois que o Malo e Reynolds trocaram de papéis, que o barítono sonoro e rico em vibrato do vocalista veio à tona e ajudou a criar a mistura característica dos Mavericks de country, rock and roll e música latina.
Além de ser o líder do grupo, cantando com grande alcance e versatilidade que gerou comparações com George Jones e Frank Sinatra, Malo também se tornou seu principal produtor e compositor. Ele escreveu todas as músicas da banda —exceto duas, nos dois primeiros álbuns dos Mavericks—, incluindo material sobre pessoas em situação de rua e a experiência de sua tia como emigrante cubana para os Estados Unidos.
Raul Malo ampliou a paleta sonora da banda para abranger uma variedade de estilos, do “son cubano” e trompetes de mariachi ao bel canto e baladas neo-operáticas ao estilo Roy Orbison. Seu sincretismo musical, segundo ele, veio dos pais.
“Eles eram jovens o suficiente para me apresentar a algumas músicas realmente ótimas”, disse Malo ao programa “Weekend Edition” da NPR em 2024. “Meu pai, por exemplo, era um grande fã de country. Minha mãe era fã de rock ‘n’ roll, big band, swing e ópera.”
Malo deixa a mãe, Norma; a esposa, Betty Fernandez Malo; três filhos, Max, Vincent e Dino; e uma irmã, Carol.



