
Apresentadora compartilha como lida emocionalmente com notícias delicadas, como a morte de Preta Gil e polêmicas envolvendo Léo Lins
Após morte de Preta Gil, Fernanda Comora fala sobre os bastidores emocionais de cobrir notícias difíceis ao vivo, a apresentadora Fernanda Comora quebrou o silêncio sobre os bastidores emocionais de quem está à frente das câmeras em momentos de grande comoção. Em entrevista, a jornalista falou sobre os desafios de manter a postura profissional durante coberturas que envolvem perdas marcantes, como a morte de Preta Gil, ocorrida recentemente e episódios polêmicos como as falas de Léo Lins, que voltaram a viralizar nas redes sociais.
“Conheço a gravidade de algumas notícias e sei que preciso estar emocionalmente estável para informar com responsabilidade. É importante também reservar um espaço para processar esses sentimentos, mesmo durante a transmissão, e ter empatia com fãs, amigos e familiares. Como admiradora da Preta e humana, senti muito essa perda artística para o povo brasileiro. Nessa hora, precisamos ser um pouco mais frios para passar estabilidade ao público”, disse Fernanda.
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Comora detalha que técnicas de respiração e foco na missão jornalística ajudam no controle emocional. “Procuro respirar fundo, focar na tarefa de informar e lembrar da responsabilidade que tenho com a audiência”, fala.
A jornalista também falou abertamente sobre o impacto de pautas que extrapolam os limites da informação e tocam o campo pessoal, como o caso do humorista Léo Lins, que ironizou a doença de Preta Gil. “Confesso que noticiar as ‘piadas’ do Léo Lins foi uma das coisas mais difíceis da minha carreira. Tenho nojo do que ele faz com total certeza de impunidade. Ele chegou a dizer que quem processá-lo iria ‘pegar câncer e morrer’. Isso não existe. Em rede nacional, não posso emitir opinião. Mas fora do ar, como mulher e como profissional, eu não consigo entender como ele ainda se intitula humorista” comenta.
Para Fernanda, o suporte psicológico nas redações é uma demanda urgente. “Muitas redações já estão mais conscientes. Algumas oferecem apoio terapêutico ou espaços de descompressão, principalmente após coberturas muito pesadas”, opina.
Ao relembrar a cobertura da morte de Preta Gil, ela conta que se emocionou, mas fez um esforço consciente para manter a clareza. “Senti uma conexão emocional forte. Mas entendi que precisava respeitar a dor das pessoas envolvidas e ao mesmo tempo ser firme. Pensei na respiração, na clareza e na responsabilidade de dizer o essencial”, reflete.
A jornalista também deixou um recado para quem está começando na profissão. “É preciso aprender a cuidar de si mesmo emocionalmente. Buscar apoio quando necessário e lembrar que transmitir informação com humanidade é parte do nosso trabalho”, aconselha.
Por fim, Fernanda reforça a importância do treinamento emocional como parte da formação de jornalistas. “Lidar com histórias delicadas exige equilíbrio. Ter esse preparo emocional evita o desgaste extremo e permite que a gente siga fazendo um jornalismo que informa sem ferir”, conclui.