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Fallout 2 reflete sobre guerras da ficção e da realidade – 16/12/2025 – Ilustrada

Havia certo ceticismo em torno da adaptação do game “Fallout” para as telinhas. Primeiro, porque adaptações de games com frequência dão errado. Segundo, porque a megalomania daquele universo destruído por uma guerra nuclear parecia pouco verossímil —funcionava bem como cenário de jogo, mas talvez fosse exagero para uma série.

Prestes a chegar à segunda temporada, porém, a produção do Amazon Prime Video mostra que nunca esteve tão próxima do mundo real. Em meio a conflitos como os que tomam Ucrânia e Gaza e a discussões nucleares renovadas —seja no contexto bélico ou energético, diante da demanda da inteligência artificial—, seus temas se provaram urgentes.

“Espero que as pessoas aprendam o óbvio com a série —não façamos algo parecido”, diz Justin Theroux, que se junta à produção na leva de episódios que estreia nesta terça-feira (16) como Robert Edwin House, ou Mr. House, antagonista que lidera uma seção dos Estados Unidos pós-bombardeio.

“Não quero ir para um discurso político, mas a coisa mais aterrorizante sobre esse mundo pós-apocalíptico é a indiferença. E estamos vendo agora [no mundo real] uma espécie de brutalização e de falta de humanidade generalizadas. Isso, para mim, é preocupante.”

Baseado no game homônimo, “Fallout” narrou, na primeira temporada, a história de sobrevivência de três personagens no mundo hostil e radioativo deixado por uma guerra em escala mundial. A primeira delas, Lucy –personagem de Ella Purnell–, cresceu num bunker onde a vida parecia um conto de fadas, mas teve que deixá-lo para ir em busca do pai sequestrado.

Há ainda Maximus, vivido por Aaron Moten, que foi recrutado ainda criança por uma espécie de seita que transforma os seus membros em soldados, e o Necrótico –The Ghoul– de Walton Goggins, uma espécie de morto-vivo amargurado e violento, cheio de traumas de sua vida pré-apocalipse.

Os atores estiveram no Brasil na semana retrasada para a CCXP25, maior feira de cultura pop da América Latina. Apesar da visita express, disseram estar empolgados por encontrar um público que se mostrou fervorosamente apaixonado pela série.

“Tudo o que nós podemos fazer é pôr todo o nosso coração na série e esperar pelo melhor. Mas ser parado no aeroporto, como eu fui quando a primeira temporada saiu, me fez me questionar se aquilo estava mesmo acontecendo”, diz Goggins, que emendou o papel em outra série popular, “The White Lotus“.

“Eu estou na indústria há muito tempo e, acredite, se você consegue gerar um impacto cultural, criar uma massa de fãs já no primeiro capítulo de uma história, isso é incrível. E nos dá a oportunidade, no segundo capítulo, de apostar alto. Nesta temporada quisemos ir mais longe, porque o universo merece isso.”

Goggins compara, mais de uma vez, a escala do projeto ao de um filme de Hollywood. Não só pelo tamanho de blockbuster, mas também pelo fazer cinematográfico por trás dos episódios, filmados em película e com Jonathan Nolan, irmão de Christopher Nolan, como diretor e produtor. “Ele é um Nolan, claramente estamos tentando fazer cinema aqui.”

Para expandir este universo, a segunda temporada deixa Los Angeles para trás e põe os personagens para atravessar um deserto radioativo, rumo a New Vegas, cenário clássico dos games. Lucy continua à procura do pai, agora ciente de que ele não é o herói que ela imaginou, ao lado do Necrótico, também carregado de traumas familiares.

A chegada a New Vegas deve abrir caminhos para os fãs que não jogaram os games entenderem melhor a Bíblia que rege este universo, oferecendo mais respostas sobre a origem da devastação nuclear e dos bunkers construídos pela Vault-Tec, que escondem um passado sangrento por baixo do verniz de salvação da humanidade.

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