0.3 C
Nova Iorque
domingo, dezembro 14, 2025
No menu items!

Buy now

spot_img
No menu items!

‘Traição Entre Amigas’ com Larissa Manoela é filme careta – 14/12/2025 – Ilustrada

Formatura, peça de teatro na escola, planos para perder a virgindade. O novo longa de Bruno Barreto, “Traição Entre Amigas”, explora esse clima de fim de adolescência e começo de vida adulta, apoiado numa dupla de atrizes de sucesso, sobretudo entre o público jovem.

Larissa Manoela e Giovanna Rispoli interpretam as melhores amigas Penélope e Luiza, que terminaram o ensino médio em Curitiba. Enquanto a primeira, extrovertida, inicia uma carreira como atriz e já transou, a segunda, tímida e ainda virgem, escreve e compõe músicas românticas.

Até que, claro, Penélope transa com o carinha por quem Luiza está apaixonada, e a separação das “BFFs” transforma de maneira definitiva a trajetória das duas.

Penélope vai tentar a carreira de atriz em Nova York, Luiza faz sucesso com um canal no YouTube em que posta suas canções. Em sintonia com as dramédias populares do streaming, o filme passa por uma série de situações bem típicas de narrativas centradas nessa etapa da vida.

Em Nova York, a chegada ao novo lar —um apartamentinho mofado—, os trabalhos para pagar as contas —depiladora, garçonete—, a primeira transa com uma garota. Em Curitiba, o primeiro namoro de Luiza, com um médico de Morretes que faz residência em pediatria, “um partidão”.

Até aí, tudo bem. O problema são as escolhas da direção quando as coisas começam a não dar certo. Como perdoar o boy lixo que posa de bom moço, mas leva uma vida dupla (ou tripla)? Como ouvir discursos de uma mãe preconceituosa que diz que toda mulher fica melhor quando está ao lado de um homem? Como reagir quando, na entrada da clínica de aborto, surgem bandeiras em favor da “preservação da vida”? Essas situações merecem discussão e é louvável a atitude de levá-las à tela grande.

Faltou, porém, criatividade e diálogos fortes para enfrentar essas encruzilhadas da trama. O resultado é um filme que parece endossar sobrevivências patriarcais e tolerar atitudes abusivas.

Em que pese o lado divertido de Penélope, que consegue emplacar seus “balangandãs” em Nova York, vendendo bijuterias coloridas e curtindo, na medida do possível, sua postura de amor livre, predomina na narrativa uma caretice bem-comportada e com valores ultrapassados.

Por outro lado, embora seja legal ver Curitiba bonita na tela grande —e Bruno Barreto dedica o longa a Jaime Lerner, que se destacou por suas gestões à frente da prefeitura curitibana e do governo paranaense—, algumas passagens parecem excessivamente publicitárias, como as sequências na Ópera de Arame e no trem turístico para Morretes. Ou seja, sobraram boas intenções, faltou cinema.

Related Articles

Stay Connected

0FansLike
0FollowersFollow
0SubscribersSubscribe
- Advertisement -spot_img

Latest Articles