São Paulo
A atriz Sylvia Prado celebra 50 anos de vida e 27 de carreira no Teatro Oficina com o ensaio aberto de “O Esplendor da Fera”, seu primeiro monólogo. A peça, uma recriação da obra “A Filha da Monga”, do dramaturgo baiano Luiz Marfuz, é mais uma etapa na carreira da atriz e reflete sobre a exploração e a liberação do corpo feminino.
A personagem central, Luzia, é arrancada da infância para substituir a mãe no papel da “Monga”, uma atração monstruosa em um parque de diversões decadente. Explorada e silenciada, a jovem se revolta, é presa e reconta sua história a uma psiquiatra forense. A estrutura dá a Prado uma gama de emoções a explorar: inocência infantil, fúria da fera enjaulada e lucidez analítica do relato.
A apresentação no formato de ensaio aberto é uma prática fundamental para o Oficina. A plateia é convidada a testemunhar de perto as falhas, repetições e descobertas, tornando-se cúmplice do nascimento da obra. A direção é assinada por Luiz Marfuz em parceria com Marcelo Drummond, diretor artístico do Oficina.
A celebração dos 50 anos de Sylvia Prado é o eixo emocional do evento. Integrante do Oficina desde o final dos anos 1990, ela participou da épica montagem de “Os Sertões”, coordenou projetos sociais e hoje é uma das líderes na transição pós-Zé Celso. Em cena, é conhecida pela capacidade de transitar entre vulnerabilidade e fúria.
Para o monólogo, Prado realizou uma preparação intensa com Ito Alves (percussão corporal) e Rafa Roman (voz). “O Esplendor da Fera” é ainda um reflexo da carreira da artista, que tem trajetória dedicada a grupos marginalizados.
O Esplendor da Fera
Teatro Oficina – r. Jaceguai, 520, Bela Vista. De 12 a 14/12 . Sex. e sáb. às 20h. Dom., às 18h. IngrR$ 60 (inteira) em sympla.com.br



