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Músicas ficaram mais negativas desde 1973, diz estudo – 13/12/2025 – Ilustrada

Um estudo publicado nesta quinta-feira (11) na revista acadêmica Nature apontou que as letras das músicas vêm se tornando mais simples e negativas nos últimos 50 anos. Desde a década de 1970, as canções contêm mais palavras relacionadas ao estresse, como “ruim”, “errado” e “dor”, de acordo com os pesquisadores, o que coincidiria com uma mudança de sentimentos da população em geral.

Isso poderia explicar a transição de músicas mais animadas das décadas de 1970 e 1980 —como “Walking On Sunshine”, de Katrina and the Waves— para canções negativas mais recentes, a exemplo de “Back to Black”, de Amy Winehouse.

“A longo prazo, a música popular reflete mudanças mais amplas no clima emocional da sociedade”, disse ao jornal britânico Daily Mail o pesquisador Mauricio Martins, da Universidade de Viena, um dos responsáveis pelo estudo.

“O aumento da linguagem negativa e relacionada ao estresse nas letras das músicas acompanha o aumento bem documentado do estresse, da ansiedade e das ‘doenças do desespero’ na população”, acrescentou.

“Letras mais simples também podem refletir mudanças culturais e cognitivas, como a redução da capacidade de atenção, mudanças nos hábitos de audição com o streaming ou declínios mais amplos na complexidade linguística observados em livros e na comunicação online.”

Para o estudo, a equipe analisou as letras das 100 músicas em inglês mais populares nos Estados Unidos a cada semana, entre 1973 e 2023. A lista totalizou mais de 20 mil músicas, de artistas como Carly Simon e Eric Clapton a Lizzo e Drake.

Martins afirmou que algumas músicas de destaque, com linguagem particularmente negativa e relacionada ao estresse, incluem “Cry Me A River”, de Justin Timberlake, e “Hurt”, de Elvis Presley.

No outro extremo, estão “YMCA”, do Village People, e “Do I Do”, de Stevie Wonder.

As letras mais frequentes relacionadas ao estresse, segundo o estudo, incluem palavras como “chorar”, “machucar”, “maldito”, “saudade”, “solitário”, “lutar”, “matar” e “odiar”.

O estudo também aponta que a popularidade de músicas com letras mais complexas começou a aumentar novamente a partir de 2016.

Ao avaliar os fatores que poderiam influenciar as mudanças nas preferências de letras, os autores notaram algumas ligações com grandes eventos estressantes, como os ataques terroristas de 11 de Setembro e a pandemia de Covid-19.

Esses eventos foram associados a letras mais complexas e positivas, com menos palavras relacionadas ao estresse, ou sem mudanças significativas nas letras, afirmaram. “Em eventos extremos, as pessoas podem preferir músicas com conteúdo lírico menos estressante e mais positivo para modular seu humor ou estado emocional”, escreveram no documento.

“Essas descobertas enriquecem nossa compreensão da música como uma ferramenta única para a regulação emocional e ressaltam sua importância na formação e reflexão dos estados de espírito da sociedade ao longo do tempo”, disse Martins.

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