O sociólogo Sergio Miceli, professor da Universidade de São Paulo, que se tornou uma das principais referências no estudo da cultura brasileira, morreu nesta sexta-feira, aos 80 anos. A informação foi confirmada pela sua editora, a Todavia.
Miceli era presidente da Edusp, a editora da USP, cargo em que estava desde 2022 e já havia ocupado de 1994 a 1999. À frente da instituição, defendeu o fortalecimento da produção editorial universitária e a circulação de obras acadêmicas de relevância pública.
A organização sob sua tutela também é responsável pela Festa do Livro da USP, um dos eventos anuais mais populares de vendas de livros com descontos, voltada principalmente a estudantes.
Desde os anos 1970, os trabalhos de Miceli abriram novos caminhos para a compreensão das relações entre cultura, política e religião no Brasil.
Ao longo da carreira, lecionou na Fundação Getulio Vargas, na Unicamp e na USP, onde se tornou professor titular e formou gerações de pesquisadores nas ciências sociais.
Miceli também teve papel central na introdução e difusão do pensamento do sociólogo francês Pierre Bourdieu no país, tornando-se uma referência nos estudos sobre elites intelectuais, instituições culturais e produção simbólica.
Autor e organizador de dezenas de livros, atuou ainda como editor e coordenador de coleções em diferentes casas editoriais. Pela Todavia, publicou os livros “Sonhos da Periferia”, de 2018, sobre o modernismo em países latino-americanos, e “Lira Mensageira”, de 2022, sobre Carlos Drummond de Andrade e seus contemporâneos.
Em nota, a Todavia lamentou a morte do sociólogo e destacou sua atuação como intelectual, professor e editor. A reitoria da USP também manifestou pesar e solidariedade à família, aos amigos e à comunidade acadêmica.
