Um novo relatório da Anistia Internacional concluiu que o grupo terrorista Hamas cometeu crimes contra a humanidade durante o ataque ao sul de Israel em 7 de Outubro de 2023 e contra os reféns que levou para a Faixa de Gaza.
A organização de direitos humanos com sede em Londres afirmou que seu relatório, publicado nesta quarta-feira (10), analisou os padrões do ataque, as comunicações entre os combatentes durante a agressão e as declarações do Hamas e dos líderes de outros grupos armados.
A Anistia entrevistou 70 pessoas, incluindo sobreviventes e familiares das vítimas, especialistas forenses e profissionais da saúde, visitou alguns locais do ataque e analisou mais de 350 vídeos e fotografias das cenas da incursão e dos reféns nos cativeiros.
A investigação constatou que os crimes contra a humanidade incluíram assassinato, extermínio, prisão, tortura, estupro e outras formas de abuso sexual e atos desumanos.
“Esses crimes foram cometidos como parte de um ataque generalizado e sistemático contra a população civil. O relatório constatou que os combatentes receberam instruções para realizar ataques contra civis”, afirmou o comunicado.
O Hamas negou ter cometido os crimes mencionados no relatório e instou a organização a retratá-lo. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, por outro lado, afirmou que o texto não abrange toda a extensão do que chamou de “atrocidades horríveis do Hamas”.
Cerca de 1.200 pessoas, em maioria civis, foram mortas no ataque do Hamas e 251 foram feitas reféns, incluindo crianças, segundo dados israelenses e da Anistia Internacional. Todos, exceto um, já foram libertados ou tiveram seus corpos devolvidos, a maioria como parte de acordos de cessar-fogo e alguns em operações militares israelenses.
O ataque desencadeou a guerra de Israel em Gaza, que matou mais de 70 mil palestinos, em maioria civis, segundo as autoridades de saúde de Gaza, deixou vastas áreas do enclave em ruínas e grande parte de sua população desabrigada.
Um outro relatório da Anistia Internacional de dezembro de 2024 concluiu que Israel cometeu genocídio contra os palestinos em Gaza. Israel rejeitou as acusações e afirma que sua guerra foi contra o Hamas, não contra os palestinos.



