A vice-líder da Venezuela, Delcy Rodríguez, comparou nesta quarta-feira (10), em Oslo, a cerimônia do Nobel da Paz a um funeral, ao ironizar sobre a ausência no ato da laureada, a líder opositora María Corina Machado.
A opositora venezuelana confirmou em um áudio enviado aos organizadores do prêmio que conseguiu viajar à Europa, mas não chegou a tempo para a cerimônia de entrega. No lugar, o prêmio foi recebido por sua filha, Ana Corina Sosa Machado.
No palco, uma cadeira ficou simbolicamente vazia para representar a ausência da venezuelana. Ao lado, foi colocado um quadro com uma foto de María Corina. Segundo o Instituto Nobel Norueguês, a opositora de 58 anos está em segurança e a caminho da capital do país. A organização do prêmio anunciou uma entrevista coletiva com María Corina em Oslo na manhã desta quinta (11), às 6h15 no horário de Brasília.
“Hoje, bem cedinho, vendo o que aconteceu na Noruega, eles foram a um velório, porque aquilo parecia um velório, era um velório, um fracasso, fracasso total, o show fracassou, a senhora não apareceu”, disse Rodríguez em declarações transmitidas pela televisão estatal.
Ela questionou a mobilização militar que os Estados Unidos empreendem desde agosto no Caribe e que María Corina tem apoiado.
“Dizem que por medo, porque na Noruega o povo se levantou e na Noruega as pessoas saíram às ruas para protestar contra o que era um prêmio manchado de sangue”, acrescentou Rodríguez em alusão a protestos de grupos de esquerda na véspera da cerimônia.
A vice-líder venezuelana afirmou que o Nobel da Paz “está bem desprestigiado”. María Corina, por sua vez, comentou no áudio divulgado pelos representantes do Nobel que várias pessoas “arriscaram suas vidas” para que ela pudesse viajar a Oslo.
Por ora, não se sabe como ela conseguiu sair da Venezuela, onde vivia na clandestinidade após denunciar uma suposta fraude nas eleições presidenciais de julho de 2024 e reivindicar a vitória do ex-embaixador Edmundo González Urrutia, presente nesta quarta na cerimônia do Nobel em Oslo.



