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Nepal faz acordo com Geração Z após protestos – 10/12/2025 – Mundo

Autoridades do Nepal assinaram, nesta quarta-feira (10), um acordo histórico com representantes da Geração Z, três meses depois das manifestações de setembro que levaram à renúncia do primeiro-ministro K. P. Sharma Oli e causaram ao menos 25 mortes.

Os protestos, provocados inicialmente pela revolta contra uma proibição oficial das redes sociais, foram liderados pela juventude nepalesa, reunida sob a bandeira da Geração Z. Os atos foram alimentados por frustrações com adversidades econômicas e corrupção política.

Os presentes à cerimônia na capital, Katmandu, aplaudiram quando a primeira-ministra interina, Sushila Karki, assinou o acordo junto de Bhoj Bikram Thapa, representante das pessoas mortas e feridas durante as manifestações.

“Este é um marco”, afirmou a primeira-ministra. “Estamos todos do mesmo lado. O que todos queremos é que os jovens tenham acesso a cargos de direção e que o país seja governado segundo suas aspirações e ideias”, acrescentou.

O termo “Geração Z”, que designa os jovens nascidos entre o fim dos anos 1990 e o fim dos anos 2000, costuma ser usado por movimentos surgidos entre jovens frustrados com desigualdades. Essas mobilizações se multiplicaram e, nos últimos meses, ameaçaram governos em três continentes onde a juventude é numerosa —África, Ásia e América Latina.

O acordo assinado nesta quarta no Nepal define medidas para combater a corrupção no país, reforçar a governança e prevê reformas eleitorais e constitucionais.

Segundo o documento, o governo se compromete a responder às demandas das famílias das pessoas mortas ou feridas durante os protestos e amplia o mandato da comissão de inquérito sobre os acontecimentos.

“Este é um momento muito emocionante e uma vitória histórica para toda a Geração Z“, disse Yujan Rajbhandari, 23, presente no ato de assinatura, à agência de notícias AFP. “Este acordo legitima o movimento da Geração Z e nós esperamos que ele traga justiça às famílias dos mártires”, acrescentou.

Pelo menos 25 pessoas morreram em consequência da repressão no primeiro dia das manifestações, ocorridas em setembro. No dia seguinte, os distúrbios se propagaram por todo o país. A sede do Parlamento e os prédios governamentais foram incendiados, levando à queda do governo.

Ao menos 76 pessoas foram mortas em dez dias de distúrbios. Alguns dias depois, a ex-presidente da Suprema Corte Sushila KarkiKarki, 73, foi nomeada primeira-ministra interina para chefiar o país até a realização de novas eleições, em 5 de março.

O panorama político do Nepal segue volátil, com uma desconfiança generalizada com os principais partidos que complica os esforços para garantir a realização de eleições íntegras.

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