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TPI condena a 20 anos líder de milícia do Sudão – 09/12/2025 – Mundo

O TPI (Tribunal Penal Internacional) condenou nesta terça-feira (9) o chefe de uma milícia do Sudão a 20 anos de prisão por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos durante a guerra civil em Darfur, há duas décadas.

Ali Muhammad Ali Abd-Al-Rahman, também conhecido pelo nome de guerra Ali Kosheib, foi considerado culpado em outubro por vários crimes ocorridos em 2003 e 2004, incluindo estupro, assassinato e tortura. O réu, de 76 anos, permaneceu impassível quando a juíza Joanna Korner anunciou a pena.

Abd-Al-Rahman, que se entregou à corte internacional em 2020, era uma figura de alto escalão dos janjawid, como era chamada a milícia sudanesa que participou do conflito, e participou “ativamente” nos crimes, concluiu o tribunal.

Segundo Korner, ele “perpetrou pessoalmente” espancamentos, às vezes com um machado, e ordenou execuções. Ainda de acordo com a juíza, vítimas declararam que ele organizou uma “campanha de extermínio, humilhação e deslocamento”.

Em novembro, o promotor Julian Nicholls havia solicitado pena de prisão perpétua para Abd-Al-Rahman. “Diante de vocês está, literalmente, um assassino com machado”, declarou ele aos juízes na ocasião, acrescentando que os relatos dos crimes pareciam “saídos de um pesadelo”.

O réu negou ter ocupado um cargo de alto escalão nos janjawid, uma força paramilitar armada pelo governo sudanês na época da guerra civil para, principalmente, matar grupos de africanos negros em Darfur.

Ele fugiu para a República Centro-Africana em fevereiro de 2020, quando um novo governo sudanês anunciou a intenção de cooperar com a investigação do TPI. Por fim, ele afirmou ter se entregado porque temia ser executado pelas autoridades.

Os combates começaram em Darfur em 2003, quando grupos rebeldes que denunciavam uma discriminação étnica sistemática pegaram em armas contra o regime de Omar al-Bashir, majoritariamente árabe. Cartum respondeu com a mobilização da milícia dos janjawid, integrada por membros de grupos nômades da região.

Segundo a ONU, o conflito, que terminou em 2020, deixou 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados.

Três anos depois, em abril de 2023, outra guerra começou, desta vez entre o Exército e outro grupo paramilitar, as Forças de Apoio Rápido (FAR), que têm origem nos janjawid. Dezenas de milhares de pessoas morreram no conflito, que também forçou a fuga de milhões de habitantes. Segundo organizações humanitárias, a guerra deixou o país à beira da fome.

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