Silvana Tavano e Ana Maria Vasconcelos são as vencedoras da edição de 2025 do prêmio Oceanos, o troféu que elege o melhor da literatura em português ao redor do mundo.
O Oceanos passou a reconhecer dois autores por noite, um na categoria de prosa e outro na de poesia, em 2023. Nunca um só país havia sido premiado nas duas categorias.
Desde sua fundação em 2003, quando ainda se chamava Prêmio Portugal Telecom, o troféu escolhia apenas um escritor entre portugueses, brasileiros e de países africanos como o melhor do ano, revelando também os segundos e os terceiros colocados. A mudança de nome para Oceanos veio em 2015, mas essa ordenação de prêmios seguiu até 2022.
Nesta terça (9), a alagoana Ana Maria Vasconcelos venceu entre os poetas com “Longarinas”, da editora 7Letras, enquanto a paulista Silvana Tavano foi reconhecida pelo romance “Ressuscitar Mamutes”, da editora Autêntica Contemporânea.
Segundo o curador brasileiro Manuel da Costa Pinto, “Longarinas” apresenta uma poesia que se organiza em torno do mínimo e da observação. Já “Ressuscitar Mamutes” é, para ele, “uma narrativa que aborda de modo imaginativo e comovente as possibilidades de lidar com o tempo”.
No romance, Tavano sobrepõe a notícia real de pesquisadores que querem trazer de volta mamutes extintos e o luto de sua protagonista pela mãe, morta precocemente.
Seguindo sua tradição de unir literatura à música, a cerimônia de premiação deste ano, que aconteceu no auditório da Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo, homenageou cada um dos dez finalistas com uma canção inédita composta pelo músico Luca Argel.
Entre os finalistas havia quatro brasileiros, três portugueses, dois moçambicanos e um angolano. De todos eles, apenas o moçambicano Mia Couto já havia sido finalista do prêmio, em 2021, quando também perdeu.
Cada uma das vencedoras vai receber um prêmio de R$ 150 mil. Elas bateram 3.140 livros concorrentes.
Veja a lista completa de finalistas
Prosa
- ‘A Cegueira do Rio’, do moçambicano Mia Couto, publicado no Brasil pela Companhia das Letras
- ‘As Melhoras da Morte’, do português Rui Cardoso Martins, Tinta-da-China
- ‘Mestre dos Batuques’, do angolano José Eduardo Agualusa, publicado no Brasil pela Tusquets
- ‘Ressuscitar Mamutes’, da brasileira Silvana Tavano, publicada pela Autêntica Contemporânea
- ‘Vermelho Delicado’, da portuguesa Teresa Veiga, Tinta-da-China
Poesia
- ‘As Coisas do Morto’, do moçambicano Francisco Guita Jr., Gala-Gala
- ‘Coram Populo – Poesia Reunida [2]’, da brasileira Maria do Carmo Ferreira, publicada pela Martelo
- ‘Lições da Miragem’, do português Ricardo Gil Soeiro, Assírio & Alvim (Portugal)
- ‘Longarinas’, da brasileira Ana Maria Vasconcelos, publicada pela 7Letras
- ‘O Pito do Pango & Outros Poemas’, do brasileiro Fabiano Calixto, publicado pela Corsário-Satã
