Israel e Bolívia restabelecerão relações diplomáticas nesta terça-feira (9), rompidas há dois anos pelo país latino devido à guerra na Faixa de Gaza, anunciou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
O ministro israelense Gideon Saar assinará o acordo para o restabelecimento das relações entre os dois países em Washington, juntamente com seu homólogo boliviano, Fernando Aramayo, segundo comunicado do departamento. “Feliz por este novo capítulo que vamos escrever nas relações entre Bolívia e Israel”, escreveu Aramayo.
No final de outubro de 2023, a Bolívia tornou-se o primeiro país latino a romper relações com Israel, em protesto contra a guerra de retaliação iniciada em Gaza após o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense em 7 de outubro.
Na época, Israel descreveu essa decisão, tomada pelo governo do presidente socialista Luis Arce, como “uma capitulação ao terrorismo”.
A Bolívia também aderiu ao processo contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) em outubro de 2024, iniciado pela África do Sul por violações da Convenção das Nações Unidas sobre o Genocídio.
Um novo presidente de centro-direita, Rodrigo Paz, foi eleito na Bolívia em outubro de 2025. Saar indicou que se reuniu com o ele no dia seguinte à sua eleição e transmitiu “a disposição de Israel em abrir um novo capítulo”. O ministro ainda aplaudiu a recente decisão da Bolívia de eliminar a exigência de visto para turistas israelenses.
Há cerca de um mês, no início de novembro, o presidente boliviano também anunciou a retomada das relações diplomáticas de alto nível com os Estados Unidos, rompidas desde 2008, quando o então presidente Evo Morales, de esquerda, expulsou o embaixador americano sob a acusação de conspirar com a oposição. Naquele momento, o governo dos EUA negou as acusações e expulsou, de forma recíproca, o embaixador boliviano.
O anúncio da retomada de laços veio após a cerimônia de posse de Rodrigo Paz, da qual o subsecretário de Estado americano, Christopher Landau, participou. Os EUA também afirmaram que auxiliariam o novo governo da Bolívia diante da crise econômica que o país enfrenta.
“Estamos apoiando este novo governo democrático da Bolívia diante da difícil situação econômica que herdou”, afirmou Landau. Segundo ele, a cooperação dos EUA se concentra no financiamento para a compra de combustíveis e em iniciativas na área da saúde.



