0.8 C
Nova Iorque
quarta-feira, dezembro 10, 2025
No menu items!

Buy now

spot_img
No menu items!

Ex-presidente de Honduras é alvo de mandado internacional – 09/12/2025 – Mundo

O procurador-geral de Honduras anunciou na noite desta segunda-feira (8) que emitiu um mandado de prisão internacional para o ex-presidente Juan Orlando Hernández, recentemente libertado de uma prisão nos Estados Unidos após ser indultado por Donald Trump.

Em uma publicação nas redes sociais, o procurador-geral Johel Antonio Zelaya Alvarez disse que instruiu o governo e a Interpol a executarem o mandado contra Hernández devido a acusações de lavagem de dinheiro e fraude relacionadas a um caso envolvendo a primeira campanha presidencial do político, há mais de uma década.

“Fomos feridos pelos tentáculos da corrupção e pelas redes criminosas que marcaram profundamente a vida do nosso país”, disse Zelaya ao anunciar o mandado na rede social X.

As acusações que Hernández enfrenta em Honduras derivam do que é conhecido como Caso Pandora. Os promotores afirmam que, entre 2010 e 2013, uma rede corrupta de legisladores e outros atores do Estado desviou fundos públicos para campanhas políticas por meio de fundações privadas —incluindo a campanha de Hernández, em 2013.

Zelaya observou que seu anúncio coincidiu com o Dia Internacional Contra a Corrupção, 9 de dezembro. Sua mensagem nas redes sociais incluía um documento datado de 28 de novembro —o dia em que Trump mencionou pela primeira vez seu plano de indultar Hernández— no qual um juiz da Suprema Corte de Honduras pediu à Interpol para “realizar uma prisão imediata”, inclusive se Hernández fosse libertado pelas autoridades americanas.

O advogado de Hernández, Renato Stabile, disse que anunciar o mandado foi “obviamente uma medida estritamente política” do Partido Libre, que está no poder —a candidata da sigla, Rixi Moncada, está em um distante terceiro lugar na contagem dos votos da recente eleição presidencial. Zelaya foi nomeado pela agremiação, que há muito tempo se opõe a Hernández.

O paradeiro atual de Hernández é incerto. Ele serviu como presidente de Honduras de 2014 a 2022, um período marcado por escândalos de corrupção, e depois esteve no centro de uma eleição conturbada em 2017, quando garantiu um segundo mandato, apesar da proibição constitucional de reeleição. Sua vitória foi contestada, protestos eclodiram e o Exército foi mobilizado em um período sangrento que deixou quase 20 mortos.

Menos de um mês após deixar o cargo em 2022, o político foi preso e posteriormente extraditado para os EUA para enfrentar acusações de tráfico de drogas e posse de armas.

No ano passado, as autoridades americanas concluíram que ele havia desempenhado um papel central em “uma das maiores e mais violentas conspirações de tráfico de drogas do mundo” e o condenaram a 45 anos de prisão por conspirar para importar cocaína para os EUA.

O juiz americano do seu caso, P. Kevin Castel, classificou-o de “um político duas caras sedento por poder” que se mascarava como um paladino antidrogas enquanto se associava a traficantes. Os promotores americanos pediram ao juiz para garantir que Hernández morresse atrás das grades.

As supostas conexões de Hernández com traficantes de drogas se intensificaram depois que seu irmão, um ex-legislador, foi preso nos EUA por acusações de tráfico de drogas em 2018. Um investigador nesse caso foi Emil Bove, então promotor do Distrito Sul de Nova York e posteriormente um dos advogados pessoais de Trump.

Durante o próprio julgamento de Hernández, os promotores afirmaram que ele havia recebido milhões em subornos de traficantes de drogas, incluindo US$ 1 milhão de Joaquín Guzmán, o notório ex-líder do cartel de Sinaloa no México conhecido como “El Chapo”, que está preso nos EUA.

Hernández negou que tivesse traficado narcóticos, oferecido proteção policial a cartéis de drogas ou recebido subornos.

No último dia 1º de dezembro, Trump o indultou formalmente, e ele foi libertado de uma prisão federal em West Virginia. O perdão ocorreu após Hernández enviar a Trump uma carta retratando-se como vítima de uma “perseguição política” pelo governo do democrata Joe Biden e comparando seu destino ao do republicano.

O hondurenho foi defendido por figuras como Roger Stone, um lobista conservador e aliado de Trump que teve um papel na entrega da carta. Ao justificar o indulto, o presidente americano disse que “muitos amigos” defenderam a ação.

“Ele era o presidente do país, e basicamente disseram que ele era um traficante de drogas porque era o presidente do país”, disse Trump a jornalistas. “Disseram que foi uma armação da gestão Biden. Eu analisei os fatos e concordei com eles.”

Enquanto figuras de direita como Stone pressionavam pelo indulto de Hernández, o ex-chefe de campanha de Trump estava entre os que aconselhavam um candidato à presidência, Nasry Asfura, membro do partido de Hernández, o Partido Nacional. Trump também apoiou Asfura.

Os resultados da eleição acirrada ainda não foram anunciados, mas, na noite de segunda, com 97% dos votos apurados, Asfura havia ultrapassado ligeiramente seu rival mais próximo.

Related Articles

Stay Connected

0FansLike
0FollowersFollow
0SubscribersSubscribe
- Advertisement -spot_img

Latest Articles