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Honduras: partido governista rejeita eleição e culpa EUA – 08/12/2025 – Mundo

O órgão eleitoral de Honduras retomou a apuração dos votos da disputa presidencial nesta segunda-feira (8) após três dias de pausa para checagem do processo.

Com 89% das atas de votação apuradas, o empresário de direita Nasry Asfura, de 67 anos e apoiado pelo presidente americano Donald Trump, aparecia na liderança com 40,21% dos votos. Ele mantém uma pequena vantagem sobre o apresentador de televisão Salvador Nasralla, 72, do Partido Liberal (PL), com 39,5%. Pouco mais de 20 mil votos separam os dois candidatos.

Em um distante terceiro lugar aparece a candidata governista do Livre, Rixi Moncada, com 19,28%. A direção do partido afirmou em um comunicado que “não reconhece” as eleições por considerar que aconteceram sob “interferência e coação” do presidente Trump e da “oligarquia” local.

A legenda pediu a “nulidade total” das eleições e afirmou que solicitará “a investigação dos atos de terrorismo eleitoral”, que, segundo o partido, se refletiram no sistema de transmissão de resultados.

O Livre convocou protestos e pediu aos funcionários públicos que não cooperem com a transição de governo. A presidente Xiomara Castro não se pronunciou sobre a declaração de seu partido.

Trump teve um papel ativo no pleito, chegando a afirmar que cortaria a cooperação ao país se Asfura não sair vitorioso. Após o CNE interromper a divulgação de dados na madrugada da última segunda-feira (1º), o presidente americano ameaçou “consequências graves” para Honduras, sugerindo que havia risco de fraude, sem apresentar provas.

Nesse mesmo dia, Trump concedeu indulto ao ex-presidente Juan Orlando Hernández (2014-2022). Ele foi libertado sem cumprir os 45 anos de prisão por tráfico de drogas aos quais havia sido condenado.

Cerca de 15% das urnas apresentaram inconsistências e seriam revisadas, segundo autoridades de Honduras, colocando mais tensão no pleito do país centro-americano, que tem um histórico de fraudes e golpes de Estado, além de enfrentar sérios problemas com a violência do narcotráfico.

Marlon Ochoa, integrante do Livre e membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), disse que várias falhas geram a “falta de atualização dos resultados”. O órgão eleitoral é integrado por representantes dos três partidos majoritários de Honduras.

Nasralla, que já se candidatou à Presidência três vezes e se identifica como de centro-direita, afirmou que o CNE está sendo “irresponsável com o país e mantém a população em suspense”.

Eleições contestadas em Honduras, como a de 2017, já levaram a protestos de rua e repressão estatal. O país elege seu presidente em turno único. O presidenciável com o maior número de votos vence, mesmo que a margem seja pequena ou que o candidato não alcance a maioria.

O CNE pediu calma e paciência. A presidente do órgão, Ana Paola Hall, disse que o processo levaria tempo, mas que seria concluído dentro do prazo legal de 30 de dezembro.

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