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Art Basel Miami Beach é esperança do mercado em crise – 01/12/2025 – Plástico

Os cifrões resplandecentes dos leilões do mês passado em Nova York fizeram muitos agentes do mercado de arte enxergarem alguma luz no fim do túnel de um ano até agora um tanto turvo. E o sol tinindo de Miami Beach, o balneário americano que recebe agora mais uma edição da feira Art Basel, uma das maiores do mundo, parece ser um farol de esperança.

No rastro da venda de uma tela de Gustav Klimt por US$ 236 milhões, ou R$ 1,2 bilhão, e de um autorretrato de Frida Kahlo por US$ 54,7 milhões, ou R$ 292 milhões, duas das vendas que chacoalharam Manhattan, aquela noite mais escura parece ter passado.

É pensando nessa trégua que galeristas agora vão a Miami Beach para tentar um desfecho positivo, no azul, para o ano. Outro motivo de alívio é o fim das tensões provocadas pelo tarifaço de Donald Trump, que não mexe com o comércio de obras de arte —os temores, porém, foram tantos que duas poderosas casas do país, a Dan e a Luisa Strina, desistiram do evento neste ano.

Enquanto isso, os que não desistiram da festa vêm observando esse movimento de recuperação. A venda em Nova York do famoso vaso sanitário de ouro de Maurizio Cattelan por US$ 12,1 milhões, ou R$ 64,7 milhões, e da obra de Kahlo, recorde absoluto para a surrealista mexicana, aliás, também aponta uma tendência —o interesse renovado dos colecionadores por quadros de teor mais escapista, fantástico ou mesmo selvagem.

Talvez pensando nisso, a paulistana Galatea leva à Art Basel Miami Beach uma obra-prima da célebre série das “Saunas”, de Adriana Varejão, a tela “The Guest”, em que uma mancha de sangue deflora um ambiente azulejado todo branco. A obra está à venda por US$ 1,6 milhão, ou R$ 8,7 milhões, uma das peças mais caras entre as casas brasileiras.

Ela só perde para uma escultura do americano Alexander Calder à venda por US$ 2 milhões, ou R$ 10,7 milhões, na Almeida & Dale, galeria que leva ainda à feira uma bela seleção de trabalhos de Heitor dos Prazeres, artista agora na Bienal de São Paulo, com valores de R$ 300 mil a R$ 800 mil, e os suspeitos habituais monstros do neoconcretismo, Hélio Oiticica, com obras da série “Metaesquema” de R$ 1 milhão a R$ 1,8 milhão, Lygia Clark, com um “Bicho” de US$ 750 mil, ou R$ 4 milhões, e Lygia Pape, com gravuras da série “Tecelares” por R$ 450 mil.

Há ainda uma seleção de obras de Rubem Valentim, de R$ 475 mil a R$ 900 mil, de Amadeo Luciano Lorenzato, sempre em alta, de R$ 300 mil a R$ 575 mil, uma monotipia de Mira Schendel por US$ 800 mil, ou R$ 4,3 milhões, e até uma tela de Pablo Picasso, de 1901, por US$ 1,7 milhão, ou R$ 9,1 milhões.

Outras casas, como Raquel Arnaud, Casa Triângulo e Vermelho, operam numa faixa de preços mais em conta, mas seguem apostando nos medalhões de seus programas. No caso da primeira, nomes fortes da arte cinética e da abstração geométrica, com o venezuelano Carlos Cruz-Diez na faixa dos US$ 270 mil, ou R$ 1,4 milhão, o também venezuelano Jesús Rafael Soto, por US$ 50 mil, ou R$ 267,5 mil, e uma escultura de Sergio Camargo por US$ 270 mil, ou R$ 1,4 milhão.

Já a Casa Triângulo tem nomes fortes da pintura atual, com telas de Eduardo Berliner na faixa dos US$ 21 mil, ou R$ 112 mil, uma escultura do português Ascânio MMM por US$ 170 mil, ou R$ 910 mil, e outra peça da também portuguesa Joana Vasconcelos por US$ 120 mil, ou R$ 642 mil. Na Vermelho, uma constelação de artistas conceituais, com obras de Carmela Gross, Iván Argote, Marcelo Cidade e Dora Longo Bahia.


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