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Eleitor chileno deixa cenário em aberto para segundo turno – 17/11/2025 – Mundo

O resultado da votação no Chile confirmou o cenário que as pesquisas já vinham indicando: a candidata governista Jeannette Jara foi a mais votada no primeiro turno (26,85%), com o ultradireitista José Antonio Kast logo atrás (23,92%). A participação nas urnas, de 85,4%, foi elevada, impulsionada pela obrigatoriedade do voto —uma reforma em vigor desde 2022— e por um pleito que mobilizou o país em meio a um clima dominado pela pauta da segurança pública.

A centralidade da segurança pública contrasta com os indicadores objetivos. Embora esse tema tenha aparecido como prioridade em todas as pesquisas de opinião —com eleitores atribuindo-lhe maior peso eleitoral—, o Chile continua entre os países da América Latina com taxas de homicídio comparativamente baixas. O peso excessivo desse tema na campanha e no comportamento eleitoral revela uma percepção inflada, capaz de moldar as últimas semanas e favorecer discursos de resposta rápida e medidas de difícil execução, sobretudo no curto prazo.

No campo opositor, a direita vive um momento de incerteza. Kast, cotado como candidato natural do campo direitista, perdeu fôlego no fim da corrida do 1º turno. Parte de seu eleitorado migrou para Johannes Kaiser, Evelyn Matthei e até para Franco Parisi, que reapareceu como alternativa competitiva e terminou em surpreendente terceiro lugar, com 19,71%.

Esse rearranjo impediu a construção de um polo único forte, especialmente para enfrentar Jara no segundo turno. O mecanismo do voto obrigatório ampliou a base de participação e tende a punir candidaturas com propostas pouco realistas ou ultrarradicais.

Mesmo num ambiente de campanha marcado por promessas imprecisas e linguagem agressiva, o resultado confirma que o eleitorado chileno ainda exerce uma função moderadora. A esquerda chega ao segundo turno, mas longe de ter vitória garantida. A direita terá de reorganizar apoios e construir alianças diante de uma disputa aberta em 14 de dezembro.

A distância entre a retórica de campanha e o Chile real —que segue institucionalmente sólido, com indicadores sociais e econômicos superiores aos de muitos vizinhos— será o principal desafio para qualquer governo que assuma em março de 2026.

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