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EUA e Trinidad e Tobago farão exercício perto da Venezuela – 24/10/2025 – Mundo

Pouco após Nicolás Maduro falar “não à guerra louca” e pedir “peace forever” diante dos ataques dos Estados Unidos a barcos no Caribe, Washington afirmou, nesta sexta-feira (24), que vai se unir a Trinidad e Tobago para exercícios militares conjuntos perto da costa da Venezuela.

De acordo com o Minisétrio das Relações Exteriores do país insular, o destróier com mísseis guiados USS Gravely, que já havia se aproximado da Venezuela, “realizará treinamentos conjuntos com a Força de Defesa de Trinidad e Tobago”. A embarcação partirá na próxima quinta-feira (30).

“A presença das forças militares americanas em Trinidad e Tobago coloca em evidência o compromisso dos EUA com a segurança regional e a cooperação no Caribe”, acrescenta o comunicado.

A nação tem se mantido fiel a Washington a despeito da provável ilegalidade das ações americanas. Desde agosto, os EUA já mataram 37 pessoas em nove bombardeios contra o que seriam embarcações com drogas em águas internacionais, incluindo dois possíveis cidadãos de Trinidad e Tobago.

As autoridades do país não confirmaram a informação, mas tampouco desmentiram as denúncias das famílias. A primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar, que já expressou seu apoio às operações, evitou perguntas de jornalistas sobre os bombardeios que mataram seus conterrâneos.

As ações militares são criticadas por governos da região, opositores e especialistas jurídicos, que não enxergam legalidade na ofensiva. O direito internacional não permite ataques contra pessoas que não ofereçam perigo iminente a não ser que se tratem de combatentes inimigos em um contexto de conflito armado —do contrário, seria apenas assassinato.

No caso mais recente, os suspeitos não foram interceptados nem interrogados, e o presidente americano, Donald Trump, afirma que as ofensivas visam o combate ao tráfico de drogas. Nesta quinta, o presidente americano insistiu que pode matar supostos traficantes mesmo sem uma declaração de guerra, ignorando as regras do direito internacional.

“Não vamos necessariamente pedir uma declaração de guerra ao Congresso”, afirmou ele sobre o órgão que tem a competência constitucional para a atribuição. “Acho que estamos apenas tentando matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país. Certo? Vamos matá-las, sabe, elas vão ser, tipo, mortas”, continuou, repetindo a informação falsa de que países estariam enviando presos aos EUA. “Eles esvaziaram suas prisões em nosso país”, disse.

Apesar da justificativa declarada de combate ao tráfico de drogas, a tensão ocorre em um contexto de hostilidade contra o regime de Maduro —membros do governo Trump afirmam que a estratégia militar e diplomática dos EUA neste momento é aplicar o máximo de pressão sobre o ditador para removê-lo do poder.

Nesta quinta, dados do site de rastreamento de tráfego aéreo Flightradar24 mostraram um bombardeiro B-1B se aproximando da costa venezuelana antes de virar para o norte. Trump, porém, negou o envio das aeronaves à nação.

A Venezuela acusou o governo trinitino de servir aos interesses de Washington e, ao lado da Colômbia, que também está em confronto com Washington por esta questão, classificou os ataques de “execuções extrajudiciais”.

Os EUA afirmam que Maduro lidera uma rede de tráfico de drogas chamada Cartel de los Soles, cuja existência é negada por especialistas.

Diante da mobilização militar americana, Maduro abriu o registro na reserva militar e ordenou exercícios quase diários. Na madrugada de quinta, o Exército organizou um exercício em 73 pontos das costas venezuelanas; na véspera o ditador havia dito que o país dispõe de 5.000 mísseis antiaéreos portáteis de fabricação russa Igla-S.

“Graças ao presidente [Vladimir] Putin, graças à Rússia, graças à China e graças a muitos amigos no mundo, a Venezuela tem um equipamento para garantir a paz”, disse nesta quinta durante um ato com sindicalistas alinhados ao governo. Foi durante este evento que ele fez seu pedido de paz. “Peace, yes peace, forever, peace forever. No crazy war. Não à guerra louca. No crazy war”, afirmou o venezuelano.

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