O Núcleo de Diversidade do MDB afirmou nesta segunda-feira (20) que o evento “O Brasil precisa pensar o Brasil”, da Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido, reflete “um Brasil excludente” e criticou o fato de a legenda não ter pagado passagem para representantes do grupo participarem do encontro.
O manifesto é assinado pela presidente nacional de Diversidade, Janaína Renée (PA), e por Sabrina Veras (CE), Eduarda Sá (MG), Franciel Britos (SC), Adriano Esteves (RJ) e Aiesa Pedroso (RS), membros do núcleo.
No documento, os integrantes do núcleo dizem ter sido convidados a participar do encontro nacional da Fundação Ulysses Guimarães, que começou nesta terça-feira (21) e termina nesta quarta (22), mas dizem que o fato de “não haver investimento nesse sentido causa preocupação”. Segundo eles, cada um teria que pagar as próprias despesas.
O manifesto cita um apoio financeiro iniciado em 2021 que ajudava a produzir materiais oficiais do núcleo e que foi interrompido em novembro de 2023, segundo o relato.
“Também não podemos deixar de mencionar que a maioria das candidaturas vinculadas ao Núcleo, espalhadas por todo o país, receberam baixo ou nenhum investimento nas campanhas, sendo frequentemente preteridas em favor de pessoas já privilegiadas política, social e economicamente”, afirmam.
O grupo diz que não houve convite formal para que seus integrantes participassem do encontro final e reclama do fato de o selo do núcleo não ter sido incluído na divulgação do evento. “Nenhuma passagem foi custeada para representantes do núcleo participarem”, diz. “Além disso, até o momento, entre os seis painéis programados, todos os palestrantes confirmados são homens”.
“Esse ‘Brasil que precisa pensar o Brasil’ retrata, na verdade, apenas um Brasil excludente”, complementa o núcleo. O grupo diz que vai pedir prestação de contas detalhada para verificar para onde estão sendo destinados esses recursos e “compreender por que nunca há verba disponível para uma reunião presencial com os representantes estaduais do Núcleo de Diversidade.”
Eles citam ainda que o MDB nacional recebe mensalmente R$ 7.129.884,63 de fundo partidário, “cuja destinação deveria refletir o compromisso do partido com a inclusão, a diversidade e o fortalecimento de suas bases sociais”.
“Tudo isso nos leva a crer que existe um movimento intencional para silenciar, dificultar e aniquilar a atuação político-partidária de filiadas e filiados comprometidos com a diversidade”, concluem. “Essa percepção não surge do acaso, mas de uma sequência de decisões, omissões e exclusões que fragilizam a atuação daqueles que acreditam em um MDB plural, democrático e fiel às suas origens humanistas.”
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.