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Europa prepara proposta para encerrar Guerra da Ucrânia – 21/10/2025 – Mundo

Países europeus estão trabalhando com a Ucrânia em uma proposta de 12 pontos para encerrar a guerra no Leste Europeu, resistindo às repetidas exigências do presidente da Rússia, Vladimir Putin, aos Estados Unidos para que Kiev entregue território em troca de um acordo de paz.

Um conselho de paz presidido pelo presidente americano, Donald Trump, supervisionaria a implementação do plano proposto, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Uma vez que a Rússia seguisse Kiev e concordasse com um cessar-fogo, ambos os lados se comprometeriam a interromper avanços territoriais, todas as crianças deportadas retornariam para a Ucrânia e haveria trocas de prisioneiros, segundo a proposta. A Ucrânia receberia garantias de segurança, fundos para reparar danos de guerra e um caminho para ingressar rapidamente na União Europeia.

As sanções contra a Rússia seriam gradualmente suspensas, mas cerca de US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão) em reservas congeladas do banco central só seriam devolvidos quando Moscou concordasse em contribuir para a reconstrução da Ucrânia. As restrições voltariam a ser impostas se a Rússia atacasse seu vizinho novamente.

Moscou e Kiev entrariam em negociações sobre a governança dos territórios ocupados, mas nem a Europa nem a Ucrânia reconheceriam legalmente qualquer terra ocupada como russa, disseram as mesmas pessoas. Até agora, porém, a Rússia rejeitou apelos para encerrar combates ao longo das linhas existentes a despeito das baixas massivas na guerra, que já está em seu quarto ano.

Os detalhes do plano estão sendo finalizados e ainda podem mudar, afirmaram as pessoas, pedindo para não serem identificadas ao discutir questões sensíveis. Qualquer proposta também precisaria do apoio de Washington, e autoridades europeias podem viajar para os EUA esta semana.

A proposta ecoa os apelos feitos por Trump na semana passada para congelar imediatamente o conflito antes de iniciar negociações.

Após uma ligação com Putin e uma reunião na Casa Branca com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, o americano disse que a Rússia e a Ucrânia deveriam “parar onde estão”. “Sangue suficiente foi derramado, com linhas de propriedade sendo definidas por Guerra e Coragem”, disse ele em uma postagem na sua plataforma, a Truth Social.

Ele reiterou sua posição ao falar com jornalistas a bordo do Air Force One, o avião presidencial americano, dizendo que ambos os lados deveriam “parar agora mesmo nas linhas de batalha, ir para casa, parar de matar pessoas e acabar com isso” e acrescentando que eles poderiam discutir território mais tarde.

Trump disse ainda que concordou em se encontrar com Putin em Budapeste nas próximas semanas. Na segunda-feira (20), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, falou por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, mas os dois lados não chegaram a um acordo sobre uma reunião para preparar a cúpula.

O Kremlin procurou minimizar as expectativas para um encontro antecipado entre Putin e Trump.

“O trabalho pela frente será desafiador”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta terça (21), segundo a agência de notícias Interfax. “Nem o presidente Trump nem o presidente Putin deram um prazo preciso. É necessária preparação, uma preparação séria.”

Também nesta terça, líderes europeus disseram que “apoiam fortemente” uma interrupção imediata da guerra para permitir conversas de paz.

Os aliados da Ucrânia da chamada “Coalizão dos Dispostos” se reunirão nesta sexta (24). Na véspera, uma cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas discutirá sanções adicionais contra o Kremlin, bem como ajuda financeira à Ucrânia através do uso de ativos congelados do banco central russo.

Embora Zelenski tenha criticado Budapeste como local para negociações devido à postura amigável do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em relação à Rússia, ele disse que participaria das conversas da cúpula se fosse convidado.

“Nos aproximamos de um possível fim da guerra, posso dizer isso com certeza”, disse Zelenski a repórteres em Kiev após sua visita aos EUA. “Isso não significa que definitivamente terminará, mas o presidente Trump alcançou muito no Oriente Médio e, surfando nessa onda, ele quer acabar com a guerra da Rússia contra a Ucrânia.”

Trump não mencionou os pedidos da Ucrânia por mais defesa aérea, apoio energético ou capacidades de longo alcance após sua reunião com Zelenski na sexta.

Durante as discussões, o republicano instou seu homólogo ucraniano a aceitar rapidamente um acordo e enfatizou os pontos fortes da Rússia, segundo pessoas familiarizadas com as conversas. Autoridades americanas presentes teriam sugerido a possibilidade de a Ucrânia fazer concessões territoriais para viabilizar um acordo.

O presidente ucraniano disse em declarações divulgadas no fim de semana que a guerra deveria ser congelada antes que os dois lados possam entrar em negociações de paz. “Se queremos parar esta guerra e ir para negociações de paz urgentemente e de forma diplomática, precisamos ficar onde estamos, não dar algo adicional a Putin”, disse ele em uma entrevista ao programa Meet the Press With Kristen Welker, da emissora americana NBC, transmitida no domingo.

Os aliados da Ucrânia não viram sinais de que Putin esteja se afastando de suas exigências maximalistas, disse um funcionário de alto escalão do governo europeu. A única mudança que eles veem é em Trump, que os aliados pensavam ter concordado com a necessidade de aumentar a pressão sobre a Rússia, apenas para aparentemente recuar novamente depois de falar com Putin, disse o funcionário.

O presidente russo renovou as exigências de que a Ucrânia ceda toda a área oriental de Donbas durante sua ligação com Trump na quinta, segundo as pessoas. As tropas russas não conseguiram ocupar totalmente a área, que compreende as regiões de Donetsk e Luhansk, em mais de 11 anos de combate, e provavelmente levariam anos para fazê-lo, se é que conseguiriam.

Não está claro se Moscou está disposto a fazer quaisquer concessões territoriais em outros lugares em troca, disseram as pessoas. Além da península da Crimeia, que anexou ilegalmente em 2014, e partes de Donbas, a Rússia também ocupa parcialmente e reivindica as regiões ucranianas de Zaporíjia e Kherson.

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