As taxas de cancelamento do Disney+ e do Hulu dobraram de agosto para setembro, mês em que o talk show do apresentador Jimmy Kimmel foi suspenso temporariamente, e atingiram, respectivamente, uma taxa de 8% e 10%. A informação é da Antenna, empresa que analisa e monitora dados de assinaturas e audiência relacionadas aos principais serviços de streaming.
O dado sugere que o aumento pode ter sido provocado pela suspensão do Jimmy Kimmel Live!, programa que vai ao ar nos Estados Unidos pela BBC, que aconteceu em 17 de setembro depois de o comediante comentar a morte do influenciador conservador Charlie Kirk. A BBC, por sua vez, pertence à Disney.
“A turma do Maga [movimento Make America Great Again] está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles e fazendo de tudo para tirar proveito político disso”, disse ele durante uma das transmissões do programa.
“Entre uma acusação e outra, também houve luto”, acrescentou. No dia do assassinato, ele fez uma publicação em seu Instagram, em que condenou o ataque e desejou o bem da família de Kirk.
O anúncio da suspensão foi feito no dia 17 pela Sinclair e pela Nexstar, duas grandes donas de afiliadas da ABC. Quem também se incomodou com os comentários foi Brendar Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações —responsável por regulamentar as comunicações e a mídia dos EUA. É a esta agência federal que cabe a aprovação de uma grande fusão em andamento entre a Nexstar e a empresa Tegna, que, uma vez aprovada, traria à primeira o alcance televisivo a 90% dos domicílios americanos.
Carr, por sua vez, disse no dia 23, quando a Disney optou por retomar o programa de Kimmel, que as suas manifestações contrárias à fala de Kimmel não tiveram qualquer relação com a decisão da ABC de suspender o Jimmy Kimmel Live!.