Falhas de engenharia detectadas ao menos um ano antes e testes inadequados contribuíram para a implosão do submersível Titan que matou cinco pessoas em 2023, apontou um novo relatório do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgado nesta quarta-feira (15).
O Titan desapareceu durante uma descida aos destroços do Titanic em uma expedição turística, perdendo contato com seu navio de apoio. Após uma busca de quatro dias, seus restos despedaçados foram descobertos espalhados pelo fundo do mar a 1.600 pés (488 metros) da proa do lendário transatlântico que afundou em 1912.
O relatório foi elaborado após uma investigação do conselho de investigação da Guarda Costeira dos EUA destacar uma série de problemas relacionados com a conduta da OceanGate, empresa americana que administrava o submersível turístico, classificando as práticas de segurança e operacionais como “criticamente falhas”.
Segundo o conselho, a OceanGate não investigou nem tratou anomalias conhecidas após sua expedição ao Titanic em 2022, um ano antes do acidente. Afirmou que os dados do sistema de monitoramento em tempo real do Titan deveriam ter sido analisados e considerados durante a expedição.
“Descobrimos que o processo de engenharia da OceanGate para o Titan foi inadequado”, aponta o relatório do NTSB, acrescentando que a embarcação apresentava várias anomalias e não cumpria os requisitos necessários de resistência e durabilidade”.
“Como a OceanGate não testou adequadamente o Titan, desconhecia a resistência e durabilidade reais” da embarcação, “que, provavelmente, estavam muito abaixo da sua meta”, diz ainda o documento.
O chefe da OceanGate, Stockton Rush, foi acompanhado na expedição para explorar os destroços do Titanic pelo explorador britânico Hamish Harding, pelo cientista francês Paul-Henri Nargeolet, pelo magnata britânico-paquistanês Shahzada Dawood e por seu filho Suleman.
A comunicação com o submersível foi cortada uma hora e meia após sua imersão, em 18 de junho de 2023, o que deu início a uma busca dramática, que atraiu atenção mundial. Os destroços foram encontrados dias depois.
Após a tragédia, a OceanGate interrompeu suas operações. No ano passado, a família de Nargeolet processou a empresa, sediada nos Estados Unidos, acusando-a de negligência grave.