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Chefe militar dos EUA para América Latina pede demissão – 16/10/2025 – Mundo

O comandante das atividades militares dos Estados Unidos na América Latina anunciou de forma surpreendente que deixará o posto no fim deste ano. Ele é o responsável pelas forças que ora cercam a Venezuela em meio à crise do governo Donald Trump com a ditadura de Nicolás Maduro.

O comunicado sobre o almirante Alvin Hosley foi feito nesta quinta-feira (16) pelo secretário da Guerra, Pete Hegseth. O oficial comandava o Southcom (acrônimo em inglês para Comando Sul das Forças Armadas dos EUA) desde o fim do ano passado.

Por praxe, o posto é ocupado durante três anos. Hegseth não deu motivo algum para a medida, e Holsey ainda não se pronunciou.

Segundo relatos da imprensa americana, havia tensões entre os dois devido à crise no Caribe. Segundo o jornal New York Times, Holsey levantou dúvidas acerca dos recentes ataques a barcos supostamente carregando drogas da Venezuela para os EUA, que em cinco episódios deixaram 27 mortos.

O anúncio ocorre um dia depois de Trump dizer, sem meias palavras na Casa Branca, que autorizou a CIA (Agência Central de Inteligência) a promover operações secretas no país de Maduro —que os EUA acusam de estar ligado a um cartel de traficantes chamado Tren de Aragua, algo que tanto o ditador quanto países como a Colômbia negam.

A afirmação de Trump causou reações regionais, com o governo brasileiro questionando a legalidade da violação de soberania.

Este é o mais recente capítulo da escalada promovida por Trump desde que voltou ao poder em janeiro. No seu mandato anterior, ele já havia flertado com a hipótese de derrubar Maduro, sem sucesso.

Agora, equiparou em decreto cartéis a grupos terroristas, buscando driblar autorizações congressuais para agir, e mobilizou a maior força no Caribe desde a operação para restaurar a democracia no Haiti, em 1994.

São cerca de 10 mil militares, navios de guerra, um grupo expedicionário de fuzileiros navais, um submarino e aeronaves que vão de dez caças F-35 a voos de reconhecimento e intimidação, como na quarta (15), quando três bombardeiros B-52 se aproximaram da costa venezuelana.

Uma base em Porto Rico foi reaberta para coordenar as operações, tudo sob o controle do Southcom do almirante Holsey.

Ele é mais um oficial negro de alta patente que sai do cargo sob Hegseth, que causou espanto ao dizer a todos os generais e almirantes americanos em uma reunião inédita que eles deveriam se enquadrar às diretrizes da Casa Branca de Trump, em uma reunião no mês passado.

Antes, o secretário havia forçado a demissão do principal militar do país, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general da Força Aérea Charles Q. Brown, primeiro negro a ocupar a função. Há diversos outros casos, envolvendo também mulheres, que críticos apontam fazer parte da campanha de Hegseth contra políticas de inclusão nas Forças Armadas.

Holsey protagonizou uma polêmica com o Brasil enquanto esteve no cargo. Sua primeira visita ao país, no fim de maio, ele pediu parar visitar uma unidade militar secundária em Rio Branco, causando estranheza aos anfitriões.

A viagem foi cancelada, e depois a cúpula fardada brasileira não compareceu a um jantar da delegação americana, enviando apenas substitutos. Àquela altura, a relação entre Trump e Lula (PT) ainda nem tinha desandado devido à questão da guerra tarifária e do apoio americano a Jair Bolsonaro (PL), algo ora em revisão.

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