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Israel reduzirá ajuda a Gaza para pressionar por reféns – 14/10/2025 – Mundo

Em uma demonstração de como o acordo de paz entre Israel e Hamas patrocinado por Donald Trump ainda enfrenta uma série de entraves, Israel anunciou nesta terça-feira (14) que reduzirá a entrada de ajuda humanitária em Gaza e não reabrirá a passagem de Rafah, conforme previsto no plano de cessar-fogo, para pressionar o grupo terrorista Hamas.

Tel Aviv acusa o grupo terrorista de não cumprir sua parte na devolução dos corpos dos reféns mortos. A facção entregou quatro cadáveres na segunda-feira (13), mas ainda mantém outros 24 no território. Em resposta à pressão, o Hamas anunciou que entregará mais quatro corpos até o fim desta terça. O plano de paz aprovado prevê que todos os reféns, vivos ou mortos, sejam entregues a Israel.

O governo de Binyamin Netanyahu informou às Nações Unidas que permitirá a entrada de apenas 300 caminhões de ajuda —metade do número acordado— a partir desta quarta-feira (15), e que nenhum carregamento de combustível será autorizado a entrar no território, exceto para necessidades específicas relacionadas à infraestrutura humanitária.

Familiares dos sequestrados e ministros da ala de ultradireita do gabinete também pressionam Netanyahu a suspender o acordo de cessar-fogo até o retorno de todos os corpos dos reféns ainda mantidos em Gaza.

Em meio ao cenário de tensão, Trump publicou mais cedo um post no Truth Social. “Um grande fardo foi retirado, mas o trabalho AINDA NÃO ESTÁ CONCLUÍDO. OS MORTOS NÃO FORAM DEVOLVIDOS, COMO PROMETIDO! A fase dois começa AGORA!”, escreveu ele na rede social, com suas habituais maiúsculas. O presidente americano recém-voltou de viagem ao Oriente Médio em que discursou no Parlamento de Israel e, no Egito, assinou o acordo ao lado de líderes árabes e europeus.

Ainda nesta terça (14), em um outro teste de realidade para o pacto que pretende pôr fim à guerra, o Exército israelense disse que abriu fogo contra um grupo de palestinos que teria se aproximado de suas forças no norte de Gaza. As autoridades de saúde no território, controladas pelo Hamas, afirmaram que pelo menos seis pessoas foram mortas em dois incidentes separados.

As Forças Armadas afirmaram em um post no X que “vários suspeitos” cruzaram um limite estabelecido para uma retirada inicial das tropas israelenses de acordo com o plano de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. A publicação ainda adverte os palestinos a “seguir as instruções e manter distância das tropas israelenses”.

Os impasses ocorrem um dia após o Hamas devolver os últimos 20 reféns ainda vivos que permaneciam em cativeiro na Faixa de Gaza. Em troca, Israel libertou 1.968 palestinos que estavam detidos em suas penitenciárias. Apesar do clima de alívio e esperança nos dois lados do conflito, ainda pairam muitas dúvidas sobre os próximos passos do plano de cessar-fogo, como o desarmamento do Hamas, a reconstrução da Gaza e a natureza exata do governo tecnocrático que deve assumir o controle do território palestino.

Mais cedo, o Exército de Israel anunciou que identificou os corpos dos primeiros quatro reféns entregues pelo grupo terrorista Hamas. Eles se chamam Guy Iluz, 26, e Bipin Joshi, 23 —os outros dois não tiveram seus nomes divulgados a pedido das famílias, de acordo com as Forças Armadas.

Iluz foi sequestrado no festival de música Nova, onde 364 pessoas foram mortas nos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023. Segundo o Exército, ele morreu em decorrência dos ferimentos por não ter recebido tratamento médico adequado enquanto estava em cativeiro.

Já Joshi, estudante nepalês de agricultura, foi raptado no kibutz Alumim. As Forças Armadas afirmam que ele teria sido assassinado nos primeiros meses da guerra.

A Cruz Vermelha, responsável por receber os reféns e entregá-los a Israel, disse que levará tempo para entregar os restos mortais devido às dificuldades de localizar corpos entre os escombros do território devastado após dois anos de guerra.

“Esse é um desafio ainda maior do que a libertação de pessoas vivas. É um desafio imenso”, disse o porta-voz do Cruz Vermelha, Christian Cardon, acrescentando que o processo pode levar dias ou semanas —e que há a possibilidade de alguns corpos nunca serem encontrados.

“Acredito que exista claramente o risco de isso levar muito mais tempo. O que estamos dizendo às partes envolvidas é que essa deve ser a prioridade máxima.”

Tel Aviv também devolveu nesta terça uma primeira leva de corpos de palestinos mortos, informaram autoridades de saúde locais à Reuters. Israel mantém sob seu controle centenas de cadáveres de palestinos, incluindo de terroristas que participaram do ataque de outubro de 2023.

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