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Infográfico: Conheça míssil que Putin não quer na Ucrânia – 14/10/2025 – Mundo

Quando se encontrarem em Washington na próximas sexta-feira (17), os presidentes Donald Trump e Volodimir Zelenski terão no topo da lista de assuntos a serem tratados a promessa americana de fornecimento dos mísseis de cruzeiro BMG-109 Tomahawk.

O republicano tem usado a hipótese do fornecimento para pressionar Vladimir Putin a voltar à mesa de negociação com a Ucrânia. O russo, por sua vez, diz que se der os Tomahawk para Kiev, Trump jogará fora a reaproximação com Moscou promovida pelo americano desde que voltou ao poder em janeiro.

Isso sugere que as armas são realmente temidas pelo Kremlin, mas há uma lista considerável de óbices para sua implementação de forma efetiva pelos ucranianos. Mudar o destino da guerra, como a propaganda do governo de Zelenski faz crer, é bastante improvável.

O Tomahawk, cujo nome significa machadinha e homenageia a arma indígena americana, é o míssil mais famoso do mundo. Foi desenhado para atacar alvos na antiga União Soviética, elevando a um novo patamar o conceito de arma de cruzeiro —surgido com as bombas voadoras V-1 nazistas.

Em 1991, fez sua estreia mundial na primeira Guerra do Golfo, quando os EUA expulsaram o Iraque do Kuwait. No primeiro grande conflito da era da TV, seu desempenho voando abaixo dos radares e seguindo o terreno capturou a imaginação das audiências.

A inovação, hoje corriqueira e vista nos ataques com mísseis Kalibr russos contra a Ucrânia, vinha de um misto de guiagem por GPS e por um sistema de mapeamento do solo rumo ao alvo. Estiveram presentes em todas as ações militares de impacto de Washington desde então, um cartão de visitas de projeção de poder.

Não há dados oficiais sobre arsenais, mas analistas sugerem 9.000 construídos desde 1983, com mais de 2.350 ou disparados ou usados em testes, sem contar os que foram aposentados. Sua ação mais recente foi contra o Irã em junho.

Moscou se queixa de que ele é uma arma com capacidade nuclear. É verdade, mas esse uso nos EUA foi abandonado em 2013, por dois motivos.

Primeiro, a versão lançada por terra operada pela Força Aérea havia sido desmantelada pelo tratado que eliminou mísseis de alcance intermediário na Europa, tratado com Moscou descartado por Trump no primeiro mandato.

Depois, em 2010, a Marinha, que já cuidava da maior parte do arsenal dos Tomahawk, adotou a doutrina de reduzir os vetores de armas nucleares táticas, de emprego restrito e menor potência. Isso tudo pode ser revisto, como a volta de testes em 2023 da versão terrestre do míssil pelo Exército prova.

Seja como for, hoje ele é uma arma com caráter naval, lançados por destróieres Arleigh Burke ou submarinos Virginia e Los Angeles. Se for enviado para Kiev, os EUA terão de reativar lançadores aposentados ou usar novos em desenvolvimento pela empresa Oshkosh, assim como ter pessoal capacitado para treinar ucranianos a operá-los.

A esse obstáculo soma-se a questão dos estoques. Em 2020, analistas estimavam que a Marinha tivesse talvez 4.000 Tomahawk operando. Reino Unido, Austrália e Holanda têm algumas centenas de unidades das armas, e o Japão será um operador de 400 unidades.

Com números sob sigilo, é incerto quantos mísseis poderiam ser adaptados para uso terrestre, dado que a Ucrânia não tem mais Marinha, e em qual quantidade sem ameaçar as capacidades americanas.

Há também as linhas vermelhas de Putin. Há dois modelos básicos do Tomahawk, um com 1.600 km de alcance e outro, com 2.500 km. O primeiro pode, segundo avaliação do Instituto para o Estudo da Guerra (EUA), atingir 1.655 alvos militares na Rússia europeia, incluindo 67 bases aéreas.

Já o modelo mais capaz eleva essa conta para 1.945 alvos, com 76 bases. Em ambos os casos, é muito mais do que a Ucrânia pode hoje: seus míssil doméstico Netuno chega a 1.000 km e o novo Flamingo, ainda em testes, a talvez 1.600 km, apesar da alegação que atingirá os 3.000 km.

Hoje, a Ucrânia raramente emprega tais armas, até porque são caras. O mesmo se aplica ao Tomahawk, com US$ 1,3 milhão a unidade. Kiev lança drones baratos e de longa distância, que têm feito estragos na rede de refinarias russas e eventualmente atingem áreas urbanas.

A linha final, por assim dizer, é Moscou. Após sustos iniciais, as defesas aéreas em torno da capital se tornaram muito eficazes. Por toda sua sofisticação, o Tomahawk é um modelo subsônico que os russos podem derrubar com certa facilidade sobre alvos bem protegidos.

Trump já disse que não quer ver suas armas lançadas contra a cidade de Putin e outras, exigindo uso estrito militar. O eventual emprego contra o coração do poder russo ensejaria algum tipo de resposta mais dura de Moscou, que foi o motivo a demover Joe Biden de fornecer tais armas aos aliados.

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