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Argentina: Milei troca províncias por foto com Trump – 14/10/2025 – Mundo

Doze dias antes das eleições legislativas na Argentina, em que Javier Milei precisa se sair bem para garantir mais cadeiras no Congresso, o presidente preferiu trocar o giro que fazia pelas províncias por uma foto com Donald Trump na Casa Branca.

A visita, na tarde desta terça-feira (14), ganhou dimensão de apoio eleitoral a Milei por parte de Washington. É a primeira reunião de Milei na Casa Branca (ele já havia participado de uma reunião na cidade, ainda no governo de Joe Biden) e o quarto encontro com Trump em menos de um ano.

O primeiro deles foi ainda na posse do americano, em janeiro; também se viram em fevereiro, durante o fórum de políticos de direita CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora). O mais recente foi no mês passado, com uma conversa dos dois em paralelo à Assembleia das Nações Unidas, em Nova York.

Ambos também foram ao Vaticano por ocasião da morte do papa Francisco, e o argentino viajou outras vezes aos Estados Unidos sem se encontrar com Trump. No início de abril, Milei viajou com o ministro da Economia, Luis Caputo, para a Flórida, como parte da cerimônia de premiação de uma fundação liberal. Ele iria se encontrar com o colega americano, mas Trump não apareceu.

Milei também foi a Los Angeles em setembro, onde se reuniu com empresários e autoridades de bancos, financeiras, uma empresa petroleira e outras organizações dos EUA.

A Argentina vai às urnas no próximo dia 26, para renovar parte da Câmara e do Senado. Um teste para o pleito nacional ocorreu na província de Buenos Aires (o maior colégio eleitoral do país) em setembro, e o partido de Milei ficou 13 pontos atrás dos peronistas.

As semanas seguintes foram ruins para o governo, com perda de valor da moeda local e um estouro de um novo escândalo, que derrubou o principal candidato de Milei na província de Buenos Aires para a disputa nacional, por receber recursos de um argentino acusado de envolvimento com tráfico de drogas nos EUA. Apesar de um apelo do governo, a Justiça argentina decidiu não trocar as cédulas, e a foto de José Luis Espert vai aparecer para os eleitores.


Após uma agenda de viagens ao interior, na madrugada desta terça, o presidente argentino finalmente chegou a Washington. A comitiva de Milei desembarcou na Base Aérea Andrews e, em seguida, se dirigiu à Blair House, a residência oficial de hóspedes dos presidentes americanos.

O encontro com Trump buscava avançar a relação entre Argentina e Estados Unidos, envolvendo temas de comércio, investimento e ajuda financeira. Os dois países estariam próximos de finalizar um acordo sobre tarifas, que poderia beneficiar produtos argentinos no mercado americano.

No dia anterior, em uma de suas escassas entrevistas, Milei expressou otimismo em relação aos investimentos de empresas dos Estados Unidos na Argentina, afirmando que há várias propostas em andamento, mas cauteloso em relação aos resultados finais da reunião.

Ele mencionou que o governo argentino está se preparando para uma “avalanche de dólares” com esses possíveis investimentos. “Vão sair dólares até das nossas orelhas”, disse o presidente a um programa de rádio.

O encontro foi mais curto do que o previsto e já tinha sido atrasado devido à viagem que Trump fez a Israel e ao Egito. A agenda inclui um almoço, fechado à imprensa. A comitiva de Milei inclui outros altos funcionários, como o ministro da Segurança e o presidente do Banco Central da Argentina.

O governo argentino tem dado poucas informações sobre os efeitos concretos do apoio americano, mas o secretário do Tesouro, Scott Bessent especulou a jornalistas locais sobre possibilidade de investimentos significativos em setores estratégicos, como lítio e energia.

Na prática, o governo americano comprou pesos argentinos no mercado e sinalizou com um acordo de troca de moedas pelos bancos centrais dos dois países. A equipe econômica de Milei ficou quase uma semana nos Estados Unidos em negociações com o governo local e com o FMI (Fundo Monetário Internacional), e a possibilidade de uma aliança sólida com os Estados Unidos é vista como uma forma de garantir a liquidez da Argentina, minimizando o risco de inadimplência.

O presidente argentino é o segundo líder latino-americano a se encontrar com Trump desde que ele assumiu seu segundo mandato —o outro é Nayib Bukele, de El Salvador, que esteve lá em janeiro.

Antes mesmo da viagem, Milei elogiou a liderança de Trump, chamando-o de “amigo” e dizendo que iria apoiar o americano para receber o Nobel da Paz no ano que vem, honraria que o americano já disse desejar em mais de uma ocasião.

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