O ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo Milton Leite (União) apresentou notícia-crime contra advogados do Jockey Club por acusação de racismo, em boletim de ocorrência registrado no 78º Distrito Policial (Jardins).
Os advogados Vicente Renato Paolillo, José Mauro Marques, João Boyadjian e Hoanes Koutoudjian se referiram a Leite como “antropoide desvairado” em petição durante processo de recuperação judicial do Jockey.
Antropoide, como consta em dicionários, se refere a macacos como orangotango e chimpanzé. Leite se autodefine como negro.
“Os representados são todos homens, brancos, com nível superior de escolaridade, advogados e empresários, os quais certamente nunca experimentaram o sofrimento com qualquer ato de racismo equivalente ao praticado contra a vítima”, escrevem na representação os advogados de Leite, Luciano Vitor Engholm Cardoso e Fernando Capez.
“Agiram os representados com sofisticação linguística para o fim de promover ato de racismo público contra a vítima equivalente a chamá-la de ‘macaco que perdeu o juízo”, ressaltam na denúncia.
Na petição, os advogados do Jockey afirmam que a Câmara Municipal aprovou, sob a presidência de Leite, uma lei que proíbe a realização de corridas de cavalos —principal atividade do clube.
“E o vereador citado, qual antropoide desvairado, verberava: ‘proprietários de cavalos, tirem seus cavalos de lá, porque serão presos'”, dizem os defensores do Jockey.
Leite diz que irá buscar punição exemplar e que, em caso de indenização, o dinheiro será destinado às instituições que atuam junto à comunidade negra, como a Zumbi dos Palmares.
“Nunca admiti racismo, sempre lutei contra esse crime seja na minha atuação política ou na minha vida privada. Não podemos nos calar”, diz Leite. “Confio plenamente que a Justiça será feita neste caso”, diz o ex-vereador.
Procurado, o Jockey não quis se manifestar.
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