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Confronto entre Afeganistão e Paquistão mata dezenas – 12/10/2025 – Mundo

Dezenas de combatentes morreram em confrontos na fronteira entre Paquistão e Afeganistão durante a noite, informaram ambos os lados do conflito neste domingo (12). Os enfrentamentos são os mais graves entre os vizinhos desde que o Talibã assumiu o poder em Cabul, em 2021.

Segundo o Exército paquistanês, 23 de seus soldados foram mortos nos confrontos; já o grupo fundamentalista islâmico informou uma baixa de nove de seus aliados. Não foi possível confirmar os números de forma independente.

Cada lado afirmou ainda ter causado um número muito maior de baixas ao outro, sem fornecer evidências. O Paquistão disse ter matado mais de 200 combatentes afegãos do Talibã e aliados, enquanto o Afeganistão afirmou ter matado 58 soldados paquistaneses.

As forças talibãs do Afeganistão afirmam ter atacado soldados paquistaneses ao longo da fronteira no sábado (11) em resposta ao “bombardeio realizado pelo Exército paquistanês em Cabul” na quinta (9). Islamabad não assumiu diretamente a responsabilidade pelos ataques, mas costuma insistir que tem o direito de se defender da ascensão de grupos armados que o atacam a partir do solo afegão.

O pano de fundo dos confrontos é a suposta proteção do Talibã a paquistaneses do grupo TTP (Tehrik-e Taliban Pakistan), o que Cabul nega. O grupo, formado no Afeganistão, diz compartilhar a mesma ideologia dos talibãs afegãos e é acusado por Islamabad de ter matado centenas de seus soldados desde 2021.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, prometeu em um comunicado que “não haverá concessões em relação à defesa do Paquistão, e toda provocação será seguida por uma resposta forte e eficaz”.

Já o Ministério da Defesa talibã no Afeganistão comemorou o que chamou de sucesso de sua operação, lançada, segundo a pasta, “em resposta às repetidas violações e ataques aéreos em território afegão pelo exército paquistanês”. O porta-voz do governo afegão, Zabihullah Mujahid, também garantiu neste domingo que estava “pronto para responder com firmeza”.

Os ataques na quinta atingiram Cabul e um mercado no leste do Afeganistão, de acordo com autoridades de segurança paquistanesas e o Talibã. Dois dias depois, no sábado, tropas afegãs abriram fogo contra postos de fronteira paquistaneses, e Islamabad afirmou ter respondido com tiros de canhão e artilharia.

Ambos os países afirmam ter destruído postos de fronteira do adversário. Autoridades de segurança paquistanesas compartilharam vídeos que mostrariam postos afegãos sendo atingidos.

Segundo autoridades de segurança de Islamabad, os confrontos terminaram em grande parte na manhã deste domingo, e o Ministério da Defesa do Afeganistão afirmou que a operação terminou à meia-noite, no horário local. Mas na área de Kurram, no Paquistão, tiros intermitentes continuaram, de acordo com autoridades locais e moradores.

Neste domingo, Cabul informou que havia interrompido os ataques a pedido do Qatar e da Arábia Saudita —os dois países do Golfo Árabe manifestaram preocupação diante dos confrontos.

“Não há nenhum tipo de ameaça em qualquer parte do território afegão”, disse Mujahid, porta-voz do governo talibã, neste domingo. “O Emirado Islâmico e o povo do Afeganistão defenderão suas terras e permanecerão resolutos e comprometidos com essa defesa.”

Os confrontos fizeram autoridades paquistanesas fecharem passagens ao longo da fronteira de 2.600 km com o Afeganistão. Conhecida como Linha Durand, a fronteira foi traçada pelos britânicos em 1893.

As duas principais passagens de fronteira com o Afeganistão, em Torkham e Chaman, e pelo menos três passagens menores, em Kharlachi, Angoor Adda e Ghulam Khan, foram fechadas neste domingo, segundo autoridades locais.

A tensão coincidiu com uma rara visita à Índia de um líder do Talibã, o chanceler Amir Khan Muttaqi. A visita, que resultou em um anúncio de aproximação vindo da Índia na sexta, causou preocupação em Islamabad, já que Nova Déli é adversária de longa data do Paquistão.

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