A maioria das menções nas redes sociais ao projeto de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 refletiu a polarização no país, indica levantamento da consultoria AM4 Brasil Inteligência Digital, especializada em estratégia digital e reputação.
O projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados e, agora, aguarda apreciação pelo Senado.
O levantamento indicou que 31,2% dos conteúdos analisados pela AM4 foram negativos, enquanto 28,4% foram de apoio à medida do governo. Outros 40,4% tiveram caráter informativo, refletindo um público interessado em entender as mudanças geradas pela nova regra, segundo a consultoria.
A empresa diz que o Instagram registrou o maior volume de conteúdos, com 42,7% das publicações. O X teve 11,9% e foi a rede em que prevaleceu a polarização política, com opositores a Lula criticando o que chamaram de “populismo fiscal” e governistas falando em “vitória do povo”.
A consultoria indica que alguns perfis de esquerda questionaram a manutenção da alíquota máxima de 27,5% para salários acima de R$ 7.300 e afirmaram que “super ricos” poderiam se beneficiar de brechas fiscais, transferindo o custo para consumidores e a classe média.
A votação que uniu governo e oposição também foi interpretada como estratégia para recuperar a imagem do Congresso, após as críticas provocadas pela tentativa de emplacar a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem.
Alguns comentários citaram “campanha antecipada” e tentativa de “limpar a barra” de parlamentares criticados recentemente. Segundo a consultoria, a expressão “IR ZERO SEM ARMADILHA” apareceu 39 mil vezes no X, reforçando o discurso governista de vitória popular e contrapondo críticas sobre populismo fiscal. Já no Google as buscas mais frequentes foram por “nova tabela imposto de renda 2026 simulador” e “como vai funcionar a isenção do imposto de renda”.
Rebeca Ribeiro, sócia e diretora de conteúdo da AM4 Brasil, diz que a análise evidencia que temas de política fiscal, como a isenção do imposto de renda, geram mobilização digital e polarização simultaneamente.
“Embora a medida seja celebrada por parcela expressiva da população, mais de 30% das menções criticam a isenção, o que revela uma percepção de desigualdade e ceticismo em relação ao Congresso”, diz.
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