A aprovação de um acordo para o fim da guerra na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (9), foi celebrado por líderes mundiais, vários dos quais participam de conferência, em Paris, que discute a implementação do pacto após o anúncio de conclusão das negociações pelo presidente americano, Donald Trump, —o gabinete do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, discute se dá o aval oficial para o plano.
Vários líderes também elogiaram o presidente americano pelos esforços de mediação entre Tel Aviv e o grupo terrorista Hamas.
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou antes do acordo ser aprovado pelo gabinete de Binyamin Netanyahu que as próximas horas seriam decisivas para que a paz em Gaza se concretizasse.
Na conferência, entre países ocidentais e nações árabes, a discussão gira em torno dos detalhes e esforços de implementação do plano, em particular a respeito da força internacional transitória para a estabilização de Gaza e dos esforços de reconstrução do território palestino, devastado após dois anos de guerra, iniciada com o ataque da facção palestina a Israel.
Macron felicitou Trump pelo “empenho pessoal” nas negociações, além do emir e do primeiro-ministro do Qatar, do líder do Egito, Abdul Fattah al-Sisi, e do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. “Sou muito grato àqueles que dormiram pouco, concluindo um acordo às 2 da manhã para poder estar conosco hoje”, disse o francês. Ele chamou o acordo de um “passo histórico”.
“O presidente Trump traçou um caminho ambicioso para um acordo global no Oriente Médio. Esse compromisso é essencial, e estamos aqui para apoiar sua visão, a de um cessar-fogo permanente, de uma estabilização de Gaza, que seja até mesmo oferecer segurança para todos por meio de uma solução política baseada em um Estado palestino, uma coexistência finalmente pacífica na região”, disse Macron, que também afirmou que a França está pronta para desempenhar um papel na implementação do trato.
O líder egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, convidou Trump para cerimônia no Egito marcando a assinatura do acordo sobre Gaza e diz ter reforçado ao presidente americano a necessidade de que todas as etapas do plano fossem implementadas, pedindo ao americano que apoiasse e supervisionasse a execução do acordo —parte da proposta de Trump inclui a criação de um conselho para tal que seria presidido pelo americano.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã também comemorou o acordo, dizendo que “sempre apoiou qualquer ação e iniciativa que incluísse o fim da guerra genocida”. Teerã afirma ainda que apoia a retirada das forças de Israel de Gaza e a entrada de ajuda humanitária.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também celebrou a conclusão de um pacto para o fim da guerra. “Este avanço nos mostra o poder e o potencial da diplomacia. Que seja um lembrete de que soluções para conflitos não são encontradas no campo de batalha”, afirmou. Ele também elogiou esforços dos EUA, Qatar e Egito nas negociações.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, afirmou que conversou com Trump e o parabenizou pelo sucesso no plano de Gaza. Os dois também debateram questões comerciais —a Índia, como o Brasil, tornou-se recentemente alvo de tarifas de 50% de Washington.
Mesmo antes da reunião para dar o aval oficial do governo israelense para o plano, o gabinete de Netanyahu publicou mensagem em que defende que Trump receba o Prêmio Nobel da Paz pelos esforços de mediação.
De acordo com o gabinete, Netanyahu e Trump conversaram por telefone após o anúncio do republicano, nesta quinta-feira (8), de que um acordo havia sido alcançado. “Foi uma conversa calorosa e emotiva e os dois líderes se parabenizaram por esta conquista histórica”, disse a porta-voz do governo israelense Shosh Bedrosian. O americano é esperado em Jerusalém no próximo domingo (12), e seus negociadores principais, Jared Kushner e Steve Witkoff, devem chegar a Israel nesta quinta.